Privatização das linhas 8 e 9 da ferrovia gera consequências graves
A operação das linhas 8 e 9 de trens pela empresa privada ViaMobilidade (do grupo CCR, mesma que opera as linhas privadas 4 e 5 do metrô) iniciou no dia 28 de dezembro de 2021. O resultado é que em menos de dez dias, diversas falhas, acidentes graves e atropelamentos foram registrados. O Sindicato denunciou a privatização, que coloca em risco a vida de usuários e trabalhadores dos transportes.
Nestes dias oito sinaleiros foram fechados passados (situação gravíssima que pode gerar descarrilamento, colisão, atropelamento ou danos em equipamentos de via e de trens). Além disso houve uma abertura de portas do lado oposto e um atropelamento triplo (três trens passaram por cima do passageiro). Também um carro foi atingido por trem em um cruzamento na Linha 8-Diamante.
A empresa e parte da imprensa apontaram a culpa aos maquinistas. No entanto estes profissionais não podem ser responsabilizados. Diferente das condições estabelecidas nas empresas públicas de transportes, esses trabalhadores mal tiveram os treinamentos adequados. As cargas horárias de trabalho assustam com longas jornadas de trabalho, sem o devido descanso.
Para se ter ideia, no metrô público operadores de trem recebem treinamentos que duram de 3 a 4 meses, já esses maquinistas tiveram apenas 30 dias de treinamento de um sistema que não é automatizado.
Oficialmente a ViaMobilidade só será responsável integralmente pelas linhas 8 e 9 a partir de 27/1. Assim eles transferem a responsabilidade por essas graves falhas e acidentes para a Secretaria de Transportes Metropolitanos e para a CPTM.
Em uma semana já ocorreram mais falhas graves que um ano inteiro de transporte público. Esse é o resultado das privatizações com a entrega dos transportes para empresas privadas sem o compromisso com a população e os trabalhadores.
