25 de Julho: Dia da Mulher Latino-americana e Caribenha

A data de 25 de julho foi escolhida quando ocorreu o 1º Encontro das Mulheres, na República Dominicana, em 1992. Mulheres negras de diversos países compareceram ao evento.
No Brasil, quando o assunto é opressão encontramos as mulheres negras  no topo das estatísticas. São vítimas da violência doméstica e também da violência pública.

São vítimas do racismo em todos os níveis da sociedade brasileira e vítimas de um universo predominantemente machista, em que de um lado é oprimida pelo machismo de seus próprios companheiros (namorados, irmãos, tios…) e por outro nas relações de trabalho (enfrentando o machismo do patrão, chefes…), enfrentando enfim o machismo em todo o lugar onde há disputa e a presença de homens.

As mulheres negras são as que mais sofrem com violência nos transportes,  são as que mais são maltratadas e humilhadas nos serviços de saúde e de atendimento hospitalar, com casos cada vez mais frequentes de partos sem assistência ocorridos  em locais impróprios,  quer por recusas e demora atendimento de saúde pública ou mesmo por falta de acesso a acompanhamento médico.

Um direito que, no mínimo deve ser garantido, acaba se tornando uma afronta à dignidade íntima e moral da mulher quando submetidas a partos ocorridos  em saguões de espera dos hospitais, viaturas, em calçadas, como aconteceu no último dia 6 de julho no Rio de janeiro, entre outras ocorrências do mesmo tipo no País.

 É a mulher negra a mais explorada, ocupando vagas de serviços precários, recebendo os menores salários, como serviços de limpeza; varredoras de rua, domésticas, cozinhas de restaurantes, atendentes de telemarketing, serviços sem qualificação específicas, empregadas por empresas terceirizadas ou em grande número sem carteira assinada, tais como ambulantes, costureiras, cabeleireiras, manicures, catadoras de reciclados…

A falta de acesso à educação pública de qualidade é um dos problemas que afetam a formação profissional da população negra brasileira, e no caso da mulher negra o problema é ainda maior, pois na escala do mercado de trabalho a valorização coloca o homem branco  em primeiro lugar, a mulher branca em segundo,  o homem negro em terceiro, a mulher negra por último e isto não ocorre por acaso, mas por políticas a serviço do modelo econômico, atendendo aos interesses burgueses, que colocam negros e negras em uma classe pauperizada dentro de um cotidiano de excluídos, marginalizados,  banalizado em suas necessidades, e naturalizado em seus destinos.

Este é o papel da ideologia capitalista que explora e legitima seus ideais racistas com ideias falsas de que negros e negras são de incapacidade intelectual e sem beleza estética, usa do apoio da sua mídia burguesa através  da TV, cinema, jornais e revistas e moda,  impondo o padrão de beleza  de origem europeia  ou seja só é bonito pessoas de olhos azuis, pele branca, cabelos lisos e louros e quem mais se aproximar do estereótipo colocado, estará com as oportunidades  e caminhos abertos ao sucesso.

Toda esta condição que hoje está colocada para a população negra, no caso específico que abordamos  a condição da mulher negra,  é o resultado de uma política econômica que oprime negros e com maior grau as mulheres negras, desde tempos que remonta a escravidão no País.  Negros e negras foram protagonistas de lutas contra a dominação burguesa, contra a dominação que os barbarizava e liquidava mentalmente e fisicamente.

Milhões morreram por maus tratos outros tanto em luta pela liberdade, liberdade que hoje não é institucionalizada, negros e negras são excluídos e oprimidos  desde a formação econômica do País. Para eliminar a opressão  e a exclusão é preciso combater o racismo e  opressores racistas. Como defendia Malcom X, não existe capitalismo sem racismo.

Combater o racismo é lutar por igualdades!

Pelo acesso à educação pública de qualidade, pelas cotas raciais nas universidades públicas, com reserva de vagas proporcionais à população negra de cada estado, por  cotas nos concursos públicos

– Contra o PL 4330
– Por saúde pública de qualidade
– Por moradias dignas
– Creches públicas que atendam a todos
– Pelas titulações das terras quilombolas
– Apoio e atendimento às mulheres vítimas da violência, contra o “Bolsa Estupro”.
– Pela criminalização e punição a todo tipo de racismo



Compareça ao Ato Público!

25 de Julho, 17h, no Largo Paissandú