Expansão do metrô com privatização não garante bom atendimento
Hoje, o metrô tem o maior carregamento do mundo, transportando mais de quatro milhões de usuários por dia. Porém, esse crescimento da demanda não foi acompanhado pela contratação de funcionários e investimentos em infraestrutura.
Os metroviários estão praticamente em mesmo número de quando transportavam dois milhões de usuários. Neste período a taxa de expansão não passou dos 1,5 Km ao ano. Estas são algumas razões para o verdadeiro sufoco que virou andar de metrô.
A boa qualidade de atendimento no metrô sempre foi resultado da dedicação, experiência e treinamento dos metroviários. Mas a determinação do governo em enxugar gastos com a mão de obra direta, terceirizando serviços e favorecendo empresários, começa a dar seus frutos amargos.
Um exemplo disso foi o caos provocado, no último dia 2, na Linha-3 após pane elétrica num trem recentemente reformado por empresa terceirizada.
A privatização da Linha-4 é outro exemplo da política que contraria o interesse da população. Para diminuir custos, utilizaram material de péssima qualidade, o que resultou no acidente de 2007 que matou nove pessoas. A Linha-4 estreitou a largura dos túneis e não instalou passarelas laterais para a evacuação dos trens e, em caso de pane no trem, os usuários são obrigados a descer pela frente e sair pelos trilhos. O projeto da Linha-4 é funcionar sem operador de trem, o que, além de aumentar o desemprego, acarreta riscos adicionais para os usuários.
O governo privatiza, alegando que não tem recursos. Mentira! A prova que o Estado tem recursos é o fato de que mais de 80% do investimento da Linha-4 saíram dos cofres públicos, por meio da Parceria Público-Privada.