Dilma anuncia pacote de privatizações

A presidente Dilma Rousseff anunciou, no dia 15 de agosto, um plano de privatizações. Chamado de Programa de Investimentos em Logística, tem o objetivo de repassar ao setor privado concessões para a exploração de rodovias e ferrovias.

Dilma pretende viabilizar investimentos de R$ 133 bilhões nos próximos 30 anos.


Com o programa, o governo federal pretende construir 7.500 quilômetros de rodovias e dez mil de ferrovias por meio das PPPs (Parcerias Público-Privadas) e administradas pelo capital privado. As PPPs são uma forma de privatização na qual os investidores entram com parte do capital para a expansão dos projetos, os administram cobrando tarifas e contam com a ajuda do Estado no caso de prejuízos.  A Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo funciona dessa forma.

 

O governo federal ainda não explicou como irá mudar as regras de concessões, já que nas ferrovias vigora hoje o monopólio das empresas concessionárias.


A divulgação do pacote de privatizações provocou alegria em muitos empresários. Eike Batista, controlador do Grupo EBX, festejou a decisão do governo Dilma e chamou o programa de “kit felicidade”. Já o PSDB parabenizou Dilma mas reclamou do “atraso” das iniciativas.


Se os empresários e o PSDB de Geraldo Alckmin e José Serra estão comemorando o tal pacote, é sinal de que ele é prejudicial aos trabalhadores. Os empresários visam apenas o lucro e os tucanos têm mostrado em suas ações o seu desrespeito aos trabalhadores. É só lembrar a forma como Alckmin tratou a última greve dos metroviários,  buscando jogar a população contra a categoria, e a expulsão das várias famílias que moravam no Pinheirinho, em São José dos Campos.

 

Dilma e o ministro Mantega estão negando que o governo esteja privatizando. É compreensível, já que Lula ganhou duas eleições e elegeu sua candidata à presidência denunciando as privatizações feitas pelo PSDB durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995/2003). Na prática, Dilma está fazendo o mesmo jogo dos tucanos. Mudou apenas a forma, mas é privatização e deve ser combatida.