Teses em Grupo 13

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Pelo resgate das condições de trabalho do Restabelecimento REL e REN

1- A razão dos fatos:

Seguidas transformações implantadas pela GMT nos últimos anos sobre suas vertentes, sempre sob a meta de REDUÇÃO DE CUSTOS, vêm conduzindo as condições de trabalho de suas equipes a inéditos níveis de precarização. Como resultado da evidente prática de redução de quadro e de alteração de métodos e objetivos, assistimos ao progressivo comprometimento da SEGURANÇA do sistema, tendo como consequências dessas escolhas a lamentável ocorrência de diversos eventos de elevada gravidade e que têm significado prejuízos para a cidade, além de riscos para passageiros e os empregados envolvidos. Haja vista, por exemplo, a incomum ocorrência de incêndios em diversas instalações elétricas ocorridas no ano de 2021.

Note-se que, apesar de o programa de redução de custos ser anterior ao surgimento da Covid-19, este evento tem sido usado para justificar as reformas, todas em prejuízo de nossas condições de trabalho. Porém, mesmo com o progresso da vacinação e a retomada das atividades comerciais e sociais e o consequente incremento na ocupação e arrecadação do sistema metroviário, nenhuma sinalização por parte da companhia indica ajustes em sua determinação de cortes de tendência privatista.

2- Nossa questão:

O Restabelecimento sempre contou com bases técnicas completas e devidamente equipadas para cada uma de suas duas especialidades: a Eletromecânica e a Eletrônica. Assim, havia ao menos uma viatura totalmente equipada por instrumentos, materiais e documentação técnica, além de pelo menos um par de técnicos de cada especialidade, a serviço de cada base.
Desse modo, atuações cotidianas eram atendidas sob plenas disponibilidades de materiais e outros recursos, evitando adaptações ou atrasos. Já as atuações excepcionais, sobre falhas de relevada importância, além de contarem com os implementos necessários, ainda eram conduzida por dois ou mais técnicos de mesma especialidade, capazes de complementarem ações e discutirem estratégias, de modo a alcançarem a solução da maneira mais segura e no menor tempo possível.

Esse modelo foi substituído a partir de novembro de 2018 por um sistema de Equipes Mistas, onde cada equipe seria formada por dois técnicos, sendo um técnico eletromecânico e o outro eletrônico, ambos agora contando com viaturas ainda muito menores que as originais, dispondo assim de espaço insuficiente para materiais e equipamentos completos sequer para uma das especialidades.

Como consequência, esses profissionais desde então trabalham sozinhos em suas especialidades, acompanhados por um técnico de outra formação, tendo de lidar muitas vezes com falhas gravíssimas que comprometem toda a circulação de uma linha e tendo de tomar decisões urgentes e decisivas sem o apoio de um parceiro de especialidade.

Essa situação foi refutada pelos técnicos envolvidos em um ofício do Sindicato e, acompanhado de abaixo-assinado, foi encaminhado ao GRH em 29 de julho de 2019, pedindo o cancelamento da reforma imposta com bases no comprometimento da segurança e no descumprimento do proposto pelo Edital de Concurso Público; pois as funções passaram a ser desviadas da descrição de cargos original. Também a CIPA Manutenção Linhas, em sua gestão 2019/2020, incluiu o item “RT Nº 04_2019_2020–INSEGURANÇA NA FORMAÇÃO DE EQUIPES MISTAS (MULTIDISCIPLINARES) PARA EXECUÇÃO DE ATIVIDADES DE RESTABELECIMENTO”, onde cobra a suspensão da prática e a retomada da normalidade das funções, pelo bem da segurança dos técnicos envolvidos.

Some-se a esse cenário a constante evolução técnica dos sistemas instalados no Metrô sem a suficiente disponibilização dos devidos treinamentos e reciclagens, o fato de técnicos em meio de carreira não virem recebendo as movimentações a que fazem jus (nem por isso deixando de serem cobrados por seus superiores quanto a aprimoramentos em seus desenvolvimentos), o não pagamento de PPRs, entre outras pendências, e chegaremos ao atual momento acumulando dúvidas quanto ao nosso futuro.

3- Propomos:

O fim do sistema de Equipes Mistas no Restabelecimento.
A retomada de uma agenda consistente e atualizada de treinamentos e reciclagens.
O pagamento das movimentações devidas e a normalização desse procedimento.
A normalização do pagamentos da PRs e sua equalização entre todos os empregados da CMSP.

Assinam esta tese:

Unidade Metroviária
Sergio Espinosa – Serginho
Diego Pereira
Kobori