Governo Bolsonaro privatizou metrô de BH
Na quinta-feira (22/12), o governo federal privatizou o metrô de Belo Horizonte (MG). O Grupo Comporte Participações S/A ofereceu o único lance e ganhou o “leilão de concessão” por R$ 25,75 milhões. Com isso, realizará a gestão, a operação e manutenção do metrô de BH por 30 anos, que atualmente pertence à CBTU.
O Grupo Comporte é ligado à família de Constantino de Oliveira, fundadora da Gol Linhas Aéreas e um dos maiores frotistas de ônibus do País. Na área de trilhos, o Grupo Constantino atua no VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) entre Santos e São Vicente.
Em 2014, a CBTU comprou 10 novos trens no metrô de BH, cada um custou R$ 18 milhões. A empresa tem outros 25 trens, terrenos e estações. Tudo isso foi entregue por R$ 25 milhões para uma empresa privada com extenso currículo de crimes e falcatruas.
Transporte público não é mercadoria e deveria receber todos os incentivos possíveis para atender a população. No entanto, o metrô de BH irá agora ter tarifas mais caras e poderão ocorrer demissões de trabalhadores concursados.
Esperava-se do Governo de Transição uma atitude totalmente contrária à essa privatização. No entanto, os representantes do governo eleito formalizaram ao atual governo que não se colocariam contra o resultado do leilão.
Os companheiros mineiros estão em greve desde o dia 14/12 para barrar a entrega do metrô. Eles merecem nosso total apoio e solidariedade. Temos certeza que tudo o que for possível para cancelar essa privatização será feito.
Com a “concessão”, perdem os passageiros do transporte e os funcionários do metrô. Ganham apenas os empresários que “venceram” o leilão e seus aliados bolsonaristas.
A luta contra a privatização do metrô de BH prossegue. Até porque o processo de licitação se encerra no dia 2/3/23. Até lá as metroviárias e os metroviários seguirão lutando e cobrarão do novo governo que cumpra os compromissos assumidos na campanha eleitoral e não privatize o metrô de BH.