O Rio Grande do Sul precisa de solidariedade e muito investimento público!

É fundamental que as campanhas de solidariedade e apoio sigam se intensificando para a população do Rio Grande do Sul. As enchentes e alagamentos são resultados do negacionismo climático, pois o alerta sobre os riscos ambientais relacionados às chuvas e cheias dos rios gaúchos já eram feitos por diversas pesquisas científicas.

O governo estadual de Eduardo Leite e o governo municipal de Sebastião Melo flexibilizaram uma série de leis que poderiam ter evitado a tragédia deste mês de maio de 2024. Mas, o compromisso com interesses imobiliários, com a ganância por lucros das empresas e o sucateamento das empresas públicas falaram mais alto. E quem paga é o povo gaúcho, principalmente a população mais pobre e periférica.

Apesar das chuvas terem retornado e o alagamento ter voltado a prejudicar parte da população, quase um mês após a tragédia, está aberto o debate sobre a reconstrução do Estado. O governo gaúcho busca intensificar o neoliberalismo através do mesmo formato, nomeação e projeto da Secretaria de Parcerias e Concessões, ou seja, quer se aproveitar da tragédia para avançar na privatização de empresas e serviços públicos.

Apesar de estar tentando privatizar a Sabesp, o governo do estado de São Paulo dispôs os profissionais e conhecimento desta empresa pública para ajudar o Rio Grande do Sul. Isso demonstra que o discurso neoliberal e privatista não se sustenta, pois diante de tragédias como as enchentes do Rio Grande do Sul e da pandemia do coronavírus, o papel do Estado, de suas empresas e serviços públicos se mostram fundamentais.

A hipocrisia do projeto de Leite e Melo no RS se demonstrou também no debate sobre a dívida pública gaúcha. Apesar do discurso do Estado mínimo, Leite reivindicou que a União perdoasse totalmente a dívida do estado gaúcho. Entendemos que isso seria o certo a se fazer, pois de fato não é hora de se preocupar com banqueiros e acionistas, mas sim com a reconstrução do estado gaúcho e das condições de vida e moradia de sua população. Neste sentido, foi errada a posição do governo federal de suspender a dívida apenas por 3 anos e isso deve ser apontado. Defendemos o não pagamento da dívida do Estado com a União, anistia total. Mas também não sem deixar de apontar a hipocrisia dos governos de direita e extrema direita locais, que privatizavam tudo, sucatearam tudo e depois pedem socorro do Estado.