Resposta à repressão deve ser unitária, aponta Ato pelas Liberdades Democráticas
O Sindicato dos Metroviários participou do ato, ao lado de várias organizações, como MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Advogados Ativistas, MPL (Movimento Passe Livre), Comitê Estadual de Luta Contra a Repressão, Sintusp, partidos políticos e parlamentares.
“Quando nos enfrentamos com poderes políticos, vemos que estamos enfrentando grandes empresas. Por trás do governo Alckmin, estão multinacionais como Alstom, Siemens e CAF, com poder financeiro muito forte”, declarou Altino, presidente do Sindicato dos Metroviários.
Para Altino, isso explica o fato de Alckmin, apesar de estar envolvido no caso de corrupção chamado “Propinoduto Tucano”, não ter sido sequer indiciado pela Justiça. “Alckmin demitiu 42 trabalhadores e está usando a polícia para atacar metroviários e movimentos sociais, mas está saindo ileso”, afirmou.
“Nossa luta não é só pela readmissão dos metroviários. É também pela readmissão dos trabalhadores do IBGE, pela libertação dos presos políticos e contra a repressão imposta aos movimentos sociais”, disse o presidente do Sindicato dos Metroviários.
“Hoje, a gente tem preso político no país. Isso é a primeira coisa que a gente tem de refletir. A redemocratização já foi superada, agora estamos em democracia. Só que em razão das violações perpetradas pelo estado, crimes que o estado comete, eu não posso dizer que nós já orbitamos essa dimensão”, disse o advogado Daniel Biral, membro do grupo Advogados Ativistas, também presente ao ato.
“Eu tenho consciência que meu filho tem participado de vários movimentos sociais, de várias manifestações, todas de maneira pacífica. Ele não é líder de nenhum movimento. E volto a afirmar que manifestar não é crime, é um direito de todo indivíduo”, afirmou Helena Harano, mãe de Fábio Hideki Harano, aluno e funcionário da Universidade de São Paulo (USP), preso há um mês em uma manifestação, acusado de ser um líder do movimento Black Bloc.
Guilherme Boulos, do MTST, lembrou que existe não só a criminalização dos movimentos sociais como também a criminalização da pobreza. “São muitos os relatos de pobres que sofrem a violência policial. O MTST estará junto com todos aqueles que lutam contra as prisões. O direito de lutar é básico e não podemos perdê-lo”, declarou Boulos.
As principais reivindicações apresentadas pelos participantes do ato são a libertação imediata de todos os presos políticos, o encerramento dos inquéritos policiais de investigação dos manifestantes, a garantia ao direito de manifestação e a readmissão de todos os trabalhadores que foram demitidos por realizarem greves.