Propinoduto: Justiça determina afastamento de Robson Marinho do TCE de São Paulo por corrupção
Para a juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da capital, Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), acusado de corrupção deve deixar o cargo no TCE imediatamente diante de indícios de recebimento de propina da Alstom em troca de contratos sem licitação com estatais do setor de energia de São Paulo em 1998, durante o governo de Mário Covas (PSDB); provas vindas da Suíça e da França indicam que ele recebeu como suborno da empresa, em contas de paraísos fiscais, US$ 2,7 milhões (o equivalente a R$ 6 milhões) entre 1998 e 2005
A decisão da juiza é decorrente de pedido do Ministério Público de São Paulo em ação cautelar assinada pelos promotores Silvio Antonio Marques, José Carlos Blat e Marcelo Daneluzzi.
Em maio, ao anunciar a ação, os promotores disseram haver “provas robustas” contra Marinho, presentes principalmente em documentos chegados da Suíça no dia 20 de maio de 2014. “É de extrema gravidade o que foi apurado. As provas são robustas e não se pode admitir que uma pessoa, durante o dia, em sessões solenes, realize o julgamento de contas públicas do estado de São Paulo, e durante a noite movimente secretamente valores na Suíça”, disse Blat na ocasião.
Robson Marinho teria recebido propina para aprovar contratos da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE) com consórcio formado pela francesa Alstom, também implicada no cartel do metrô de São Paulo denunciado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em meados de 2013. Robson Riedel Marinho foi coordenador da campanha que elegeu Mario Covas ao governo de São Paulo (1995-2001). Depois, foi guindado ao posto de chefe da Casa Civil do governo Covas, onde ficou de 1995 a abril de 1997. Em 1997 foi nomeado por Covas como conselheiro do tribunal.
Segundo o Ministério Público, Marinho teria movimentado US$ 2,7 milhões em conta na Suíça, aberta em nome de uma empresa off shore. A defesa de Marinho tem alegado que as provas nas quais o MP-SP se baseia foram obtidas de maneira ilícita.