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Estima-se que a cada ano, no mínimo 527 mil pessoas são estupradas no Brasil, segundo estudo divulgado pelo IPEA. Desses casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. Segundo dados do Sinan, 89% das vítimas são do sexo feminino.

E mesmo com todos esses dados estarrecedores sobre a violência machista que as mulheres sofrem todos os dias,  em discurso na Câmara Federal, nesta última terça-feira (9), o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) dirigiu-se contra a deputada Maria do Rosário, ex-ministra dos Direitos Humanos. Bolsonaro afirmou que só não a estupraria porque ela não merece.

Esse ataque e apologia ao estupro de Bolsonaro aconteceu em resposta ao discurso feito pela deputada Maria do Rosário em comemoração ao Dia dos Direitos Humanos, que acontece nesta quarta-feira, 10 de dezembro. A deputada defendeu a Comissão da Verdade e falou contra as atrocidades que ocorreram durante a ditadura militar.

Logo em seguida, Bolsonaro tomou a palavra e disparou: “Fique aí, Maria do Rosário. Outro dia você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”.

O discurso é mais um crime do deputado que, em seu histórico de ataques, já havia defendido a prática de estupro contra mulheres, além da violência contra homossexuais, o regime militar e seus torturadores.

Nós, do Sindicato dos Metroviários de Sâo Paulo, exigimos a cassação do mandato e a prisão deste parlamentar por suas declarações de ódio e incitativas ao estupro.

Não podemos aceitar que o Estado e seus representantes, além de omissos, sejam propagadores dos discursos de ódio e violência machista contra as mulheres.

O Sindicato se solidariza não só com a deputada Maria do Rosário, mas com todas as mulheres atacadas pelas palavras absurdas e criminosas deste parlamentar.

Nos colocamos juntos com as mulheres trabalhadoras e toda a classe  no combate ao machismo em todas as suas esferas.

Entendemos que para o avanço na luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, melhores salários, não poderá haver espaço para o machismo, racismo, homofobia e nenhuma forma de opressão e reprodução de atitudes como as de Bolsonaro.

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