Secretário de Transportes comete crime de prática antissindical

O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, ameaçou cortar ponto dos funcionários da CPTM que realizaram uma greve no dia 3/6 (quarta-feira). Ameaçou também demitir os grevistas.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo lembra que ninguém pode ser demitido por exercer o direito constitucional de fazer greve. Mais que isso, ameaçar grevista é prática antissindical, atitude que lembra os tempos da ditadura militar.

Também é importante lembrar que o julgamento de uma greve não dá direito ao empregador de demitir trabalhador. E piquete também é um direito dos trabalhadores, previsto tanto na nossa legislação, como no direito internacional.
A diretoria do Sindicato dos Metroviários publica um trecho da Lei nº 7.783, a chamada “Lei de Greve”, para aqueles, como o secretário Pelissioni, que parecem desconhecê-la:
“Art. 6º: São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:
I – o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve”.

 

Pelissioni e a corrupção

O atual secretário de Transportes tem em seu currículo algumas passagens nebulosas. No dia 4 de fevereiro de 2015, o relatório da sessão ordinária da Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) apontou irregularidades em contratos assinados pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem) quando o órgão era dirigido por Pelissioni, em 2012.
Ex-superintendente do DER, Clodoaldo Pelissioni também foi tesoureiro da campanha de Geraldo Alckmin em 2008 para a prefeitura de São Paulo.
Pelissioni é integrante do conselho de administração da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), empresa de economia mista fundada em 1969 que tem o governo estadual como maior acionista. A Dersa ficou famosa em 2012 durante a “CPI do Cachoeira”. Um dos envolvidos era um de seus ex-diretores, Paulo Vieira de Souza (mais conhecido como “Paulo Preto”), que chegou a denunciar irregularidades em várias obras, entre elas a da marginal do Tietê.