“Desgovernos” em SP: nem a propaganda salva
As enchentes, a queda de vigas no Rodoanel e no metrô, e as investigações do Ministério Público (MP) acerca das obras da Linha 4 – Amarela são assuntos que deveriam estar em destaque nos principais veículos de comunicação do país. Mas é de se espantar a forma como os governos estadual e municipal conseguem se blindar e impedir a repercussão dos fatos negativos relacionados às suas administrações.
Embora sejam graves, não há profundidade na divulgação destas e outras ocorrências que prejudicam, e muito, a vida das pessoas.
Em contrapartida, o espaço e o tempo reservados para fazer propaganda destes governos chegam a ser exagerados, além da publicidade não ser condizente com a realidade.
Ao tempo que a expansão do transporte é divulgada como uma benefício para a população, o dia a dia demonstra grande despreparo das administrações ao gerir estas obras.
Nota-se mais preocupação com a data de sua inauguração, antes do período pré-eleitoral, do que com a adequada execução dos projetos.
Recentes provas disso são os acidentes no Rodoanel e na obra da futura estação Vila Prudente do metrô, sem contar com o desastre da futura estação Pinheiros da Linha 4, ocorrido em 2007.
Nos bastidores destas obras, há a Operação Caixa de Pandora, também conhecida como mensalão do DEM, que atingiu todo o governo do DF e pode ter ramificações em SP; e uma investigação do MP sobre um suposto pagamento de propina, que envolve as construtoras contratadas pelo governo Serra e seus correligionários.
Vistos os fatos por esta ótica, ficam indícios da construção de um “esquemão”, que visa aumento de lucro e manutenção de poder. Neste contexto, contudo, a boa notícia é que nem só de boas aparências sobrevivem governos e governantes.
Ainda que tenham muita propaganda e a retaguarda dos barões da mídia, os fatos vêm à tona e ultrapassam a barreira da discrição. Infelizmente, as “gambiarras” provocam tragédias, e a emenda acaba ficando pior do que o soneto, porque não há justificativas “publicáveis” para os fatos.
Mas não podemos nos deixar levar e fingir que não vemos que, há mais de uma década, em SP, os interesses particulares se sobrepõem à necessidade de prestar bons serviços públicos. Continuemos na resistência!
O Sindicato também se manterá cumprindo este papel e conta com a sua colaboração! Diga não às propostas de gambiarra, de terceirizações e privatizações!