Além de não atender demanda, monotrilho pode custar 43% a mais

O consórcio liderado pela Queiroz Galvão pediu R$ 2,99 bilhões pela obra, e o teto fixado pelo Metrô é R$ 2,09 bilhões. No dia 31/05, segunda-feira, às 17h, o Sindicato dos Metroviários de SP, junto com a comunidade dos bairros onde o monotrilho poderá ser construído, promoverá um ato público na futura estação Vila Prudente, na Avenida Anhaia Melo.

A melhor proposta para a construção do monotrilho em São Paulo, que deverá ir da estação Vila Prudente até Cidade Tiradentes (zona leste), foi do consórcio Queiroz Galvão/ OAS/Bombardier, que apresentou um preço 43% superior ao teto estipulado pelo Metrô.

O consórcio pediu R$ 2,99 bilhões pela obra, sendo que o teto fixado pelo Metrô era de R$ 2,09 bilhões. Apesar da abertura dos envelopes, o governo informou que ainda não endossou o resultado e que deverá chamar o consórcio para discutir valores.

Por meio da sua assessoria de imprensa, o Metrô informou que "recebeu as propostas para a extensão da Linha 2-Verde e que elas estão sendo analisadas. Somente ao final desta etapa, o Metrô se pronunciará".

Já no processo para construção do monotrilho, o outro consórcio concorrente, formado pela Andrade Gutierrez/ Scomi, havia apresentado preço muito maior: R$ 4,98 bilhões, ou 138,2% acima do teto.

Controvérsia
O projeto do monotrilho é polêmico desde o início. A previsão original era que o trecho fosse coberto com estações de metrô. Em 2009, no entanto, surgiu na Secretaria de Estado dos Transportes um novo projeto, que substituía as estações tradicionais de metrô por um sistema chamado "monorail" (monotrilho), no qual veículo circula sobre um único trilho.

Alguns estudiosos -inclusive técnicos do Metrô- acreditam que o sistema "monorail" não tem capacidade para suprir a demanda e que, embora mais caro, o mais lógico e eficiente seria o prolongamento de uma linha de metrô comum.

O trecho 1 vai da estação Vila Prudente até a estação Oratório, num total de 2,8 km. O trecho 2 vai da Oratório até a estação São Mateus e compreende 10,5 km. O trecho final liga São Mateus até a estação Hospital Cidade Tiradentes (são 11 km).

Resistência
Desde quando surgiu a ideia de substituir o metrô por monotrilho em diversas regiões da cidade, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo começou a se organizar junto com a comunidade dos bairros envolvidos (como Cidade Tiradentes, Sapopemba, Vila Prudente, M'Boi Mirim etc), com o objetivo de alertar os governos estadual e municipal para o risco de haver investimentos do dinheiro público em um projeto que não vai atender as necessidades da população.

O Sindicato, junto com as entidades que fazem parte do movimento, organizou um seminário que aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo, e programou para os próximos dias uma série de reuniões nos bairros envolvidos (veja a programação).

No dia 31/05, segunda-feira, às 17h, também acontecerá um ato público no local onde será a futura estação Vila Prudente, na Avenida Anhaia Melo.

Com informações do jornal Folha de S. Paulo