Justiça proíbe instalação de bases militares norte-americanas na Colômbia

Por ser uma entidade que é contra a exploração e opressão dos povos, prática sempre adotada pelos EUA, que se sentem os donos do mundo, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo entende que a Justiça colombiana não poderia ter tomado decisão mais sábia, ao impedir a instalação de bases militares na Colômbia.

É público e notório que as forças políticas e guerrilheiras estadunidenses estão interessadas em explorar e se aproveitar da localização geográfica colombiana, para tentar dominar os recursos naturais, altamente lucrativos, do hemisfério sul, como petróleo (pré-sal) e demais matérias primas provenientes, inclusive, da Amazônia.

A exemplo disso, citamos a reativação da Quarta Frota, que é composta por dezenas de navios, aviões e porta-aviões, e que está rondando os mares do Atlântico Sul com o pretexto de colaborar com o combate ao narcotráfico.

O Sindicato defende a paz entre os povos, a soberania e auto-suficiência das nações. Logo, considera muito assertiva a decisão da Corte Constitucional da Colômbia.

Veja a íntegra da notícia publicada na BBC Brasil, no dia 17/08/10:

A Corte Constitucional da Colômbia declarou inconstitucional o acordo firmado no final do ano passado entre o governo do ex-presidente Álvaro Uribe e os Estados Unidos que permitiria a tropas americanas o uso de sete bases militares em território colombiano.

O tribunal determinou por seis votos a favor e três contra que a medida deverá ser votada pelo Congresso, suspendendo a vigência do acordo, que teve entre seus elaboradores o atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que era então ministro da Defesa do governo Uribe.

O convênio foi firmado diretamente pelo Executivo colombiano, que argumentou à época que o tratado consistia na extensão de um acordo anterior, assinado nos anos 1950 entre os dois governos.

O presidente do tribunal constitucional, Mauricio González Cuervo, disse que os magistrados discordam dessa interpretação e consideram que o convênio "deveria ter tramitado como um tratado internacional", o que torna obrigatória sua aprovação no Congresso antes que entre em vigor.

"A Corte considerou que, por não ter sido aprovado mediante lei, o acordo não poderá surtir efeito, enquanto não satisfizer essa exigência", afirmou Cuervo em pronunciamento na noite desta terça-feira em Bogotá.

Agora, o acordo deve voltar às mãos da Presidência que, por sua vez, deverá enviá-lo para ser votado no Parlamento.

Acordo
Durante um pronunciamento à imprensa, o presidente da Corte descreveu aspectos do convênio, como a autorização do acesso a militares e civis estrangeiros a bases militares colombianas e à livre circulação de aeronaves e veículos táticos estrangeiros pelo território colombiano, sem possibilidade de controle ou inspeção por autoridades do país.

Devem passar pelo crivo do Congresso também os artigos que dão autorização para uso e porte de armas a tropas estrangeiras e aqueles referentes à imunidade para soldados estrangeiros perante a legislação colombiana.

De acordo com Cuervo, o projeto prevê ainda "cláusulas indeterminadas sobre a extensão e prorrogação do acordo das bases militares".

Este aspecto foi alvo de grandes controvérsias entre alguns líderes sul-americanos, por não deixar claro quais são os limites do acordo e se ele prevê, ou não, ações que extrapolem as fronteiras colombianas.

Pouco depois da decisão do tribunal, o ministro da Defesa da Colômbia, Rodrigo Rivera, leu um comunicado em que o governo afirma que irá acatar a determinação da Corte.

No documento, no entanto, o governo de Juan Manuel Santos "reitera a importância fundamental (da relação) entre os governos da Colômbia e dos Estados Unidos, que se desenvolve há décadas em assuntos de segurança e defesa e particularmente contra o terrorismo".

À época de sua assinatura, o acordo foi visto com preocupação pelo Brasil e demais países da América do Sul e se tornou o pivô de uma crise entre Venezuela e Colômbia.