Absurdo! Metrô e CPTM receberam 0,2% da arrecadação com tarifas
O modelo de partilha de valores arrecadados com a cobrança de tarifas no sistema de transportes estabeleceu regra que dá prioridade às concessionárias privadas, penalizando as linhas estatais do Metrô e CPTM
Uma matéria publicada pelo site MetrôCPTM confirmou que o governo estadual banca o lucro das concessionárias privadas e prejudica profundamente as Linhas 1, 2, 3 e 15 do Metrô e da CPTM.
O governo definiu uma regra que dá prioridade às concessionárias privadas. O dinheiro recebido nas bilheterias e ônibus, além de repasses dos sistemas de bilhetagem como o BOM e o BU, são pagos primeiramente à SPTrans.
O restante é gerenciado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, que então repassa o valor devido à ViaQuatro e depois à ViaMobilidade. Depois disso o saldo é distribuído para o Metrô e a CPTM.
Esse esquema está cada vez mais penalizando as linhas estatais, já que a arrecadação praticamente não cobre os valores de direito pelo que cada linha transportou. A equação usada para pagar as concessionárias prevê o pagamento de uma tarifa de remuneração por passageiro transportado que não está associado à tarifa do transporte. A disparidade entre o que o sistema cobra do cidadão e o que as empresas privadas recebem só aumenta.
Somente nos últimos cinco anos, a ViaQuatro teve a tarifa de remuneração aumentada em quase 50%, pulando de R$ 4,04 em 2017 para R$ 6,01 em 2022. Cada usuário que embarca num trem da L4 hoje causa um prejuízo ao erário público de R$ 1,60.
Confira os números
Dados obtidos pelo site MetrôCPTM mostram que, em maio deste ano, restaram para o Metrô e a CPTM um valor de apenas R$ 1,2 milhão na partilha dos valores arrecadados, ou 0,2% do total geral, de R$ 544 milhões. A SPTrans recebeu R$ 329 milhões, ou 60% do montante, enquanto a ViaQuatro ficou com R$ 64 milhões (12%), a ViaMobilidade Linhas 5 e 17, R$ 40 milhões (7,5%), e a a ViaMobilidade Linhas 8 e 9, R$ 109 milhões (20%). Ou seja: As concessionárias praticamente esgotaram os recursos vindos do convênio de integração operacional e tarifária.
Fonte: Site MetrôCPTM