Acidente em Itaquera: chega a oito o nº de mortes nas obras da Copa
Após a morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, de 23 anos, no dia 29/3 (sábado), auditores do Ministério do Trabalho interditaram as obras das arquibancadas do Itaquerão (estádio em construção do Corinthians). Foi a terceira morte no Itaquerão. Em 27 de novembro do ano passado, dois trabalhadores morreram após a queda de um guindaste. Na época, a obra ficou parada cinco dias.
Aos três operários mortos na Zona Leste de São Paulo somam-se mais cinco, que faleceram em obras de estádios para a Copa do Mundo 2014. A pressa para terminar as obras das arenas faz com que os operários sejam submetidos a jornadas extensas. Para cumprir os cronogramas apertados, os trabalhadores do Itaquerão cumprem até 18 horas de trabalho por dia.
Em resumo, para garantir os lucros das empreiteiras e cumprir o cronograma estabelecido pela Fifa, tudo com a conivência dos governantes, a vida do trabalhador não é prioridade. A pressa resultante do atraso das obras está colocando em risco mais vidas de trabalhadores.
A responsabilidade de todas essas mortes é da Fifa e dos governantes brasileiros. Para fazer demagogia com um campeonato de futebol, eles desprezam a vidas dos trabalhadores.
As outras mortes da Copa
O primeiro óbito nas construções dos estádios para a Copa foi registrada em junho de 2012, quando José Afonso de Oliveira Rodrigues, de 21 anos, despencou de altura de 30 metros no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O maior número de mortes – quatro – ocorreu na Arena da Amazônia, em Manaus. Em março do ano passado, Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, não sobreviveu após cair de uma laje. Em outra queda, ocorrida em 14 de dezembro, a vítima foi Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos.
No mesmo dia, José Antônio Nascimento Souza, de 50 anos, sofreu um mal súbito enquanto trabalhava na obra do Centro de Convenções do Amazonas, que faz parte do complexo construído para a competição. A última morte foi do português Antônio José Pita Martins, de 55 anos, que sofreu um acidente durante a desmontagem de um guindaste.