Assassinato na CPTM: precisamos falar sobre saúde mental
Manifestamos toda nossa solidariedade à categoria ferroviária, que viveu uma tragédia no último domingo (25/6). As condições em que ocorreram o assassinato de um trabalhador, por parte de outro trabalhador e também o ferimento de outro maquinista, revelam um ambiente dramático de tensões e crises psicológicas.
Parte dos relatos que tivemos contato sobre a saúde mental dos trabalhadores são semelhantes às que vivemos no Metrô.
Ambas empresas são alvos de ataques e sucateamento por parte dos sucessivos governos estaduais. Sob o atual governo, o ambiente está ainda pior, porque os planos de de privatização avançam.
As incertezas, inseguranças e o ambiente do assédio moral coletivo, característico de um momento de destruição e encerramento de uma empresa pública, tem causado sérios danos à saúde mental de nossas categorias. Combina-se a isso a sobrecarga de trabalho em decorrência da falta de funcionários.
Em todo esse cenário, a assistência psicológica por parte das empresas é muito insuficiente. Alem disso, a própria luta contra o assédio moral tem muitos obstáculos impostos pelas empresas. No Metrô, tivemos que ameaçar greve para que a empresa respeite a lei e garanta nas CIPAS o debate organizado sobre assédio moral e sexual.
Além da assistência psicológica, precisamos fortalecer a nossa união como trabalhadores da metroferrovia. Operamos um sistema de transporte fundamental na maior cidade da América Latina. Este sistema é alvo dos interesses econômicos de empresários e acionistas, que só pensam em lucrar às custas do sofrimento do povo que utiliza o trem e o metrô e às custas da saúde física e mental dos seus trabalhadores.
Toda solidariedade e pesar à família enlutada, ao companheiro ferido e à toda categoria, que está profundamente abalada com o ocorrido.