Assediada no metrô pede retirada de quadro do Zorra Total
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo (edição de domingo, 23/10), a jovem de 21 anos que foi assediada num vagão do metrô no último dia 14 atacou o quadro do Zorra Total em que ocorre uma cena de violência sexual e pediu a sua retirada do ar.
A reportagem, que também foi reproduzida no jornal Agora, no mesmo dia, conta com o depoimento de Marisa dos Santos Mendes, diretora do Sindicato. Marisa comenta a superlotação dos trens, a falta de investimento do Metrô em segurança e também critica o Zorra Total.
A jovem que acusa um advogado de 46 anos de tê-la atacado sexualmente em um trem no metrô de São Paulo preferiu não se identificar e diz que acha um desrespeito o quadro do humorístico Zorra Total, da TV Globo, que faz piada com o assédio sexual no metrô.
"Só quem já sentiu na pele a humilhação de ter um sujeito se esfregando contra o seu corpo sabe a tristeza que é. Tem gente que acha engraçado, mas eu, se eu pudesse, tirava o quadro do ar", disse, em depoimento à Folha.
No texto, a jovem conta que o assédio do advogado começou assim que ela entrou no vagão lotado e ele se encostou em seu corpo. Ao olhar para trás e ver o pênis do advogado para fora da calça, a jovem desmaiou.
Ela diz que continua usando o metrô, mas com medo – olha para trás o tempo todo e se algum homem fica atrás, sai de onde está.
Marisa, diretora do Sindicato, também atacou o quadro do Zorra Total. Além de responsabilizar a superlotação e a falta de investimento em segurança pelos ataques, ela chama a atenção para a “banalização do assédio, propiciada por um tipo de humorismo que faz graça com dor das mulheres”, referindo-se ao quadro do Zorra Total.