Depois de dar R$ 20,4 milhões a consórcio, Alckmin rescinde contrato de construções da Linha 4
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) rescindiu, em 30/7, os contratos que tinha com o consórcio Isolux Córsan-Corviam para a construção das estações restantes da Linha 4-Amarela do metrô.
A Secretaria Estadual de Transportes declarou que o rompimento do contrato se deve à falta de cumprimento dos prazos estabelecidos, abandono da obra, ausência de pagamento das subcontratadas e violações de cláusulas contratuais.
O consórcio foi notificado sobre a decisão unilateral na quarta-feira (29/7) e a multa pode chegar a R$ 23 milhões.
O que chama a atenção é que, em 11/6, o governo Alckmin tenha pagado R$ 20,4 milhões a esse consórcio para a conclusão de duas das quatro estações que ainda faltam na Linha 4.
Mais estranho ainda é que antes de ceder mais R$ 20,4 milhões o governador já havia declarado que iria romper o contrato.
As empresas recebem mais dinheiro para não fazer nada e não há garantias de que a multa será paga pois haverá discussão na justiça.
Os números
O contrato inicial da linha era de R$ 172 milhões para a construção do Pátio Vila Sônia e das futuras estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire. Só que este número está desatualizado. O consórcio já havia recebido do governo paulista quase R$ 19 milhões no ano passado (mais R$ 20,4 milhões neste ano). Com os aditivos, o valor inicial já subiu para R$ 212 milhões.
As obras da segunda fase da Linha 4-Amarela foram iniciadas em abril de 2012, com contratos de R$ 559 milhões no total. Até o momento, foi entregue apenas a estação Fradique Coutinho, em novembro do ano passado.
A previsão inicial do governo era de que toda a linha ficasse pronta em 2010. Fica nítido que a privatização gera prejuízo aos cofres públicos e ainda prejudica a população com mais atrasos na expansão do sistema. Nesse sentido, fica claro que a intenção de privatizar a Linha 5 segue a lógica do corrupção, pois o estado pretende ceder uma linha completa em funcionamento, independente financeiramente, para dar lucro às empresas.