Empresas privadas lucram com atrasos em obras do metrô
As principais empreiteiras do país são responsáveis pelas obras de construção e expansão do metrô, seja ele público ou concedido à inciativa privada. Elas obtêm lucros nessa fase e exploram ainda mais com os atrasos. Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS, Andrade Gutierrez, UTC Engenharia e Corsán-Corviam são as principais operadoras no setor.
O Metrô é uma empresa pública do estado de São Paulo, fundada em 1974, e administrada pelo governo estadual. O que as pessoas geralmente não sabem é que a construção dos trechos e estações é de responsabilidade de consórcios compostos por empreiteiras, construtoras e diversas empresas.
A linha 4-Amarela, administrada por empresas do setor privado através da concessionária ViaQuatro, entre elas a Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e a Odebrecht, foi parcialmente construída e está em obras que já passaram por 3 consórcios diferentes, alguns dos quais já incluíram estas mesmas empresas. Por conta dos consecutivos atrasos na entrega das obras a ViaQuatro cobra uma multa de R$ 428 milhões ao governo estadual, segundo reportagens dos jornais Folha de São Paulo e Portal IG. Ou seja, as empresas atrasaram e ainda recebem por isso.
O consórcio Move SP, composto Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia, responsável pelas obras da Linha 6-Laranja, apelidada de linha das universidades, paralisou as obras em especulação para venda a um consórcio internacional. A previsão inicial para a entrega era para 2012, hoje é dada apenas para 2020.
Diversas denúncias por formação de cartel e de corrupção, seja por parte de agentes públicos ou das empresas, foram feitas pelo Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado, porém os pedidos de investigação e formação de CPI’s nunca avançaram na Assembleia Legislativa. Fica claro que a constituição de monopólio, composto pelas mesmas empresas, tem relação com os escandalosos desvios, atrasos em obras, queda na qualidade dos serviços e precarização do trabalho.
Por isso lutamos em defesa do transporte público e estatal, que cumpre importante função social de mobilidade. Um serviço essencial ao povo não pode ser desmantelado pelos interesses privados. Deve ser permanentemente controlado e fiscalizado. O metrô é de todos!