Falha mecânica provoca descarrilamento em trem da Frota H
A bancada dos trabalhadores da CIPA da Linha 3-Vermelha elaborou um relatório sobre o descarrilamento de trem H67, que aconteceu em 13/10, no PIT. O relatório foi encaminhado ao presidente da CIPA (Moacir Carrazedo), que negou uma reunião extraordinária para tratar do problema.
Ainda não foi concluída a apuração, a COPESE (Comissão Permanente de Segurança) está avaliando. É importante lembrar que essa comissão é constituída por membros de confiança da empresa, sem participação dos trabalhadores.
Pelos depoimentos colhidos, foram levantadas três hipóteses: máquina de chave ter se movimentado quando o trem estava em curso (a menos provável), peça do trem desgastada (possível) ou mancal do truck solto (grande probabilidade). O truck 1 inteiro, do primeiro carro, saiu dos trilhos.
Peça provavelmente danificada que causou o descarrilamento
Os trens da Frota H são os novos, fabricados pela CAF (empresa envolvida no Cartel). Nos primeiros dois anos de operação era a frota que mais tinha falhas e quase todas graves (depois perdeu o posto para a Frota K).
A Frota H tem histórico: em 2010 um trem tombou na estação Sé, assustando todos usuários, já que entrou raspando a lateral na plataforma.
Já machucou perna de usuário porque esses trens vieram com uma tampa externa numa posição projetada incorretamente; após o acidente mudaram o projeto.
Também já pegou fogo diversas vezes.
Tiveram que ser feitos diversos retrabalhos nos trens (sendo novos e na garantia). Os suportes dos trucks desses trens já se romperam e ao invés de trocarem por um melhor, fizeram solda (para conseguir passar o tempo da garantia).
Os pisos desses trens são tão ruins que estão sendo reformados (é possível observar alguns trens com o piso antigo ainda e o próprio H67 havia sido o primeiro a reformar completamente o piso). Os trens antigos têm cerca de 30 a 40 anos e nunca precisaram de reforma de piso (somente troca superficial do emborrachamento).
Essa frota também foi alvo de denúncia no Ministério Público do Trabalho, mas como todas as outras, foi arquivada.
Não é a primeira vez que um trem dessa frota descarrila por motivo mecânico, mas sempre foi dentro dos pátios, não gerando tanto transtorno.
Hoje esta frota não gera tantos problemas, mas apesar da pouca frequência, quando ocorre, normalmente é grave e chega a travar o sistema, haja vista as falhas de ar- condicionado constantes que fazem com que os usuários abram as portas de emergência e saiam na via, pois não há basculantes e não há sistema de emergência que garanta o funcionamento do ar caso a via seja desenergizada.
