Finanças do Sindicato – Tese sobre Organização de Base
ORGANIZAÇÃO DE BASE
Finanças do Sindicato
No período atual em que vivemos um golpe “político – jurídico” no País, as elites atacam como de praxe e de forma recorrente na luta de classes ao longo de séculos no mundo inteiro. O movimento sindical como um dos elos, assim como os diversos movimentos sociais, na luta e defesa da classe trabalhadora, se depara com uma dura e nova realidade para a manutenção de suas entidades de classe, os sindicatos, federações e confederações.
Duas formas estruturantes importantes matem um sindicato vivo e atuante:
A “Representação Política”; com sua atuação na base como representante legítimo de seus representados, luta pelas conquistas e manutenção das várias pautas em seus acordos coletivos, convenções, e na mais ampla ação por uma vida digna e plena para seus trabalhadores(as).
E a “Financeira”, esta secundária, porém importante pois mantem o “mínimo” de estrutura para a organização e manutenção das lutas políticas.
Hoje, o movimento sindical enfrenta um estrangulamento no tocante à questão financeira. O Governo Golpista de Michel Temer em sua reforma trabalhista acabou com o imposto sindical e a contribuição confederativa, pese que alguns sindicatos não se mantêm com estes impostos, mas com a contribuição de seus associados, ainda é um grande baque na luta e organização sindical. Por um lado, a grande maioria das entidades terá que ganhar a base de suas categorias na representatividade para que estes continuem a contribuir com algum tipo de imposto e mensalidade para o seu sindicato.
Especificamente para nós, metroviários, outro fator vem demandando uma queda de arrecadação nas finanças da entidade: demissões, PDV, falta de contratação de novos funcionários. Essa realidade tem imposto ao Sindicato uma atenção cada vez maior para os gastos tanto na estrutura quanto nas lutas da categoria. Deixamos muitas vezes de dar um aporte financeiro maior para algumas atividades do Sindicato por conta do “cobertor curto” que atualmente vivemos.
Na tentativa de redução de custeios, o sindicato diminuiu o número de Diretores liberados nas últimas gestões, mas isto não tem se mostrado suficiente. Outras reduções são necessárias. Hoje a folha de pagamento do Sindicato representa mais de 85% dos gastos da entidade. Despesas com a manutenção predial, insumos diversos, doações que já foram drasticamente reduzidas na atual gestão, foram algumas medidas adotadas para adequarmos à nova realidade.
Temos um déficit mensal na casa dos R$ 100.000,00. Deixo claro aqui que em alguns meses o déficit tem redução com a contribuição de nossos advogados com os honorários advocatícios por eles doados ao Sindicato. Isto tem contribuído bastante, mas até quando?
Diante disto, propomos a redução de 40% nos gastos financeiros em geral da entidade sindical que será encaminhada pela comissão que estuda os ajustes nas contas do Sindicato.
Assina: Marcos Freire , coordenador de Finanças do Sindicato.