História
Origem
O Sindicato dos Metroviários foi fundado em agosto de 1981, porém, sua história de lutas e conquistas começou bem antes disso, mais precisamente em 25/2/1970, quando foi fundado o Metrô-Clube. Oficialmente, essa pode ser considerada a primeira manifestação de organização dos metroviários que, embora tenham dado esse importante passo, ainda não constituíam uma categoria com unidade.
Nesta época, o Metrô era um projeto muito recente e a ideia de mobilização de categoria ainda não era clara para maioria dos trabalhadores. O total de associados era de 311 metroviários – justamente aqueles que podem ser considerados os percussores da criação do Sindicato que temos hoje. Sua primeira diretoria foi presidida por José Carlos de Munno, e a seguinte por Cláudio de Senna Frederico, que mais tarde tornou-se secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo.
Segundo importante passo
A sucessão dos fatos, portanto, veio comprovar que o ideal de organização e mobilização dos trabalhadores aos poucos ia se concretizando. Em assembleia realizada no dia 26/11/1975, foi fundada a Associação Profissional dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários de São Paulo (Aemesp), uma entidade de caráter civil, que representou um importante avanço para que os metroviários pudessem se organizar em um sindicato. Inicialmente, a sede da Aemesp era localizada na Rua Mayrink, 96, e mais tarde passou a ocupar a sobreloja do número 270 da Rua Florêncio de Abreu.
Neste mesmo período também foi publicado o primeiro número do Plataforma, até hoje, um dos principais instrumentos de comunicação com os metroviários. Foi por meio deste jornal que esses trabalhadores foram conscientizados dos passos que ainda deveriam dar para fundarem o Sindicato.
Organização, integração e avanços na unidade
Faltava apenas o título de entidade sindical para a Aemesp. Desde então a associação organizava assembleias para discutir assuntos relacionados ao exercício profissional dos metroviários, definir estratégias para pressionar o Metrô e cobrar os direitos da categoria; promovia debates a respeito de conjuntura política; torneios de futebol de salão; aulas de capoeira; reunia os metroviários para projeções de filmes, como “Greve”, “Trabalhadores, Presente”; promovia passeios ao Sesc, festas juninas, entre outros.
Daí pra frente, os metroviários foram aperfeiçoando suas lutas para obter o reconhecimento e valorização merecida. Uma das principais conquistas da categoria, que em 1978 já demonstrava sua força, foi o bilhete de serviço. Em 1980, depois de dois anos de batalha e negociações, a categoria foi contemplada com este direito, podendo utilizar o Metrô gratuitamente.
A Fundação do Sindicato
A ação coletiva determinante para que a categoria se organizasse de forma efetiva foi tomada em 19 de março de 1981, durante a realização de uma assembleia que reuniu cerca de 200 profissionais para eleger uma diretoria provisória e aprovar um estatuto para o Sindicato.
Dois meses depois o Sindicato já divulgava aos trabalhadores suas atuações e objetivos, por meio do Plataforma. As principais reivindicações dos metroviários naquela época eram: piso salarial de três salários mínimos; reajuste trimestral com base nos cálculos do Dieese; aceitação de atestado do INPS; jornada de 8 horas para o pessoal do pátio; livre acesso do Sindicato às áreas da empresa; e uniforme para o pessoal da obra.
Foi então em 24 de agosto de 1981 que os metroviários receberam do governo federal a Carta Sindical, que confere à entidade já organizada o poder de representação legal da categoria, passando esta a se chamar Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Metroviários de São Paulo.
Em novembro deste mesmo ano a logomarca do Sindicato foi criada pelo companheiro Marivaldo Feitosa Pimentel, do MTM/GMT, Pátio Jabaquara, e definida como tal em assembleia, permanecendo daquela forma até os dias atuais. A justificativa apresentada para a escolha, publicada no Suplemento Informativo nº 3 do Sindicato, foi a seguinte: “A marca sugerida para o Sindicato foi baseada tendo-se em mente as características daquela já usada pela companhia. Sua dependência foi proposital, com o intuito de tornar a identificação rápida e objetiva. A única alteração foi na parte superior, com a transformação da seta em uma mão segurando a própria seta, com os dedos centrais dando a ideia da letra “M”. A marca sugere a união, força e a comunicação entre as pessoas que vivem o dia a dia em torno de um ideal comum”.
Democracia e atuação
Desde o princípio a forma de atuação do Sindicato foi pautada pela democracia. Constantemente eram, e ainda são, realizadas assembleias para definir as ações dos metroviários perante os conflitos impostos pelo governo e pelo Metrô. O primeiro grande momento de deliberações da categoria foi o 1º Congresso dos Metroviários de São Paulo, realizado em Nazaré Paulista, em março de 1986.
Os Congressos dos Metroviários são realizados de três em três anos e são a instância máxima da categoria em termos de deliberações e organização.
Contra a privatização e terceirização
O Sindicato sempre se posicionou contra a privatização e a terceirização. Utiliza-se dos seus informativos e Cartas Abertas à População para denunciar o caráter maléfico dessas iniciativas que só privilegiam os empresários, prejudicando trabalhadores e os usuários do transporte público.
Em 18 de janeiro de 2018 os metroviários realizaram uma greve de 24 horas contra a privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro e a terceirização das bilheterias. No dia seguinte, confirmando todas as denúncias do Sindicato, a CCR, à frente do Consórcio ViaMobilidade, venceu o leilão de privatização num jogo de cartas marcadas.
A CCR, que já administrava a Linha 4-Amarela, passou a controlar também as Linhas 5 e 17. A CCR busca consolidar o monopólio do transporte metroferroviário em São Paulo, já que também controla as Linhas 8 e 9 da CPTM.
Desde o início de 2018, o Sindicato representa os metroviários da Linha 4-Amarela. Para isso, teve de travar uma longa e difícil batalha jurídica. Estranhamente, os metroviários eram representados por outro sindicato, sem qualquer representatividade, praticamente um braço da CCR.
Oficialmente criado em 1981, o Sindicato consolidou sua trajetória de luta. É conhecido em todo o País e também no exterior como exemplo de organização e combatividade. Além de conquistar direitos trabalhistas participa ativamente das grandes lutas da classe trabalhadora brasileira.