HOMENAGEM: Wagner Gomes, a trajetória de um destacado lutador metroviário
No dia 10/8/2021 faleceu Wagner Gomes, um dos fundadores do Sindicato dos Metroviários de SP. Aos 63 anos, encerrou-se a vida de um lutador metroviário que muito contribuiu nas lutas e conquistas da categoria e de toda classe trabalhadora. Um dos maiores líderes sindicais das últimas décadas
Wagner entrou no Metrô em 1º/10/1979 em plena ditadura militar, com 22 anos. Já carregava consigo a militância – clandestina – do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) na zona leste paulistana e na Telesp. Ainda não existia o Sindicato. Mas Wagner logo se organizou junto à Associação dos Empregados do Metrô (Aemesp), que em 1981 se converteu no Sindicato.
Wagner integrou a primeira diretoria do Sindicato e ajudou a organizar a primeira greve da categoria em 21 de julho de 1983. A ditadura militar cassou o mandato da diretoria, que só foi anistiada em 1985 com o fim do regime. Mesmo cassado, foi um dos principais articuladores da direção que deu continuidade à luta da categoria com o fim da intervenção. Participou das eleições em 1987 mas sua chapa foi derrotada. Em novembro de 1988, após uma greve contra o governo Quércia, foi demitido ao lado de mais 357 metroviários. Foi reintegrado após quatro meses por uma decisão judicial.
Depois da greve o Sindicato ficou fragilizado e um acordo entre as forças que atuavam na categoria antecipou as eleições. Wagner encabeçou a chapa unitária construída na convenção da categoria em 1989. No ano seguinte foi inaugurada a sede do Sindicato e em 1993 foi reeleito à presidência. Em 2007 foi novamente eleito e voltou ao cargo de presidente.
Sua liderança, capacidade política e representatividade o levou à direção da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e depois à CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), onde foi eleito seu primeiro presidente, em 2007. Foi reeleito em 2009. Exercia o cargo de secretário-geral quando faleceu. Como militante e membro da direção nacional do PCdoB, concorreu em 2002 ao cargo de senador e obteve mais de 3,5 milhões de votos.
As conquistas garantidas em nosso Acordo Coletivo tiveram em grande parte a liderança destacada de Wagner Gomes nas lutas que a categoria travou nos últimos quarenta anos. Diante do ataque do governo à nossa sede, Wagner articulou o apoio das Centrais Sindicais que abriram negociações com o governo Doria para tentar barrar a reintegração de posse. Até o último dia de vida, Wagner estava lutando em defesa da categoria e do seu Sindicato.
O seu velório, na sede, contou com a presença de muitos metroviários e diversas personalidades. Todos os presidentes das Centrais compareceram e foram unânimes ao afirmarem que Wagner foi o maior articulador da unidade das Centrais para a defesa dos direitos dos trabalhadores nos últimos anos.
Wagner Gomes foi um Operador de Trem que honrou a categoria metroviária. Sua coerência com os ideais dos trabalhadores o tornou um dirigente sindical imprescindível.
Wagner Gomes, presente!