Justiça aceita denúncia contra 11 acusados de pagar propina no caso Alstom

Corrupção e lavagem de dinheiro teria ocorrido entre 1998 e 2003, durante os governos Covas e Alckmin;  dirigentes da Alstom e lobistas são acusados de pagar R$ 23,3 milhões em propina

A Justiça Federal em São Paulo aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal e decidiu abrir processo contra 11 acusados de envolvimento em um esquema de pagamento de propinas da multinacional francesa Alstom a agentes públicos de estatais de energia do governo paulista.

Os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro teriam ocorrido, segundo o MPF, entre 1998 e 2003, governos Mario Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.

Dirigentes da Alstom e lobistas são acusados pela Promotoria de pagar R$ 23,3 milhões de propina, em valores atualizados, para conseguir aditivar um contrato para fornecimento de equipamentos para três subestações de energias do Estado.

O contrato foi firmado pela Eletropaulo em 1983, mas seu décimo aditivo, conhecido como Gisel, ocorreu em 1998, ocorreu quando o contrato já estava sob responsabilidade da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE). É no âmbito desse aditivo que a Alstom é acusada de pagar propina.

Dois ex-diretores da EPTE agora são réus no processo: José Sidnei Colombo Martino, ex-presidente da estatal e atual prefeito da cidade universitária da USP, e Celso Sebastião Cerchiari, ex-diretor de operações da EPTE a atual diretor da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), concessionária privada que transmite 80% da energia consumida no Estado de São Paulo atualmente.

Publicado no Estadão, em 18/2/2014, redação: Fausto Macedo