Manifesto: Mais Metrô público, estatal e de qualidade

Comitê contra as privatizações no metrô foi lançado no dia 11/08/2015
Comitê contra as privatizações no metrô foi lançado no dia 11/08/2015

Não à privatização do Metrô!
Tirem as mãos da Linha 5!

No dia 21 de julho o governador Geraldo Alckmin anunciou a intenção de privatizar a Linha 5 – Lilás do metrô de São Paulo. Seu projeto é conceder o trecho que já está em operação, que liga as estações Adolfo Pinheiro à Capão Redondo, e também as estações que estão em obras (extensão da linha 5 até Chácara Klabin) e as estações que ainda são projeto, ligando a mesma linha até o Jardim Ângela.

O projeto de Alckmin, que visa transformar o transporte público em uma responsabilidade exclusiva da iniciativa privada, não é novidade. A lenta expansão que realiza do sistema metroviário se desenvolve sob essa lógica: a Linha 4-Amarela nasceu com operação privada, através de uma parceria público-privada e a futura Linha 6, que liga estação São Joaquim até a Brasilândia, também é feita sob esse regime.

A privatização do metrô significa diminuição da qualidade do serviço, mais superlotação, tarifas mais altas, mais acidentes, precarização e redução dos postos de trabalho. Com isso, perdem os mais de 5 milhões de usuários que utilizam o metrô e os trabalhadores desta empresa estatal. Em contrapartida, ganham os empresários que não têm nenhum comprometimento com a oferta de um transporte público de qualidade e à altura da demanda que a população de São Paulo necessita.

De 10 anos para cá, desde a inauguração da Linha 4 – Amarela, é possível observar a diferença no serviço. Menos trens são oferecidos, mais insegurança no sistema, uma vez que há menos funcionários e os trens circulam sem operador, as condições de trabalho dos funcionários da Via Quatro são péssimas, com baixos salários e poucos direitos. A experiência de privatização do metrô do Rio de Janeiro também revela os males da privatização: a qualidade piorou muito, os postos de trabalho foram reduzidos, é a tarifa mais alta do país e o restrito objetivo de lucrar com a oferta do transporte para a população proporciona situações como o recente e absurdo caso do trem que passou por cima de um trabalhador que caiu na via.

O aumento abusivo das tarifas está relacionado com a privatização e a falta de investimento no transporte público. O transporte rodoviário foi tomado pelas empresas de ônibus e a privatização da antiga CMTC proporcionou aumentos que ultrapassaram as taxas de inflação. Se os sucessivos aumentos fossem correspondentes à inflação, as tarifas hoje não chegariam nem a 2 reais. Nas empresas estatais, como o metrô, o aumento da tarifa é justificado pela falta de investimento de dinheiro público. Em lugar de ampliar o investimento o governador quer privatizar também o metrô.

Somado a tudo isso, atentamos para o fato de que quase todos os processos de concessão estiveram relacionados com algum grande esquema de corrupção. A Linha 6 foi concedida para a Odebrecht, cujo presidente encontra-se na cadeia por conclusões iniciais da investigação da operação Lava Jato. O mesmo senhor envolveu-se no cartel de cimento das obras da Linha 5, que ficaram mais de 1.000 dias paradas. As empreiteiras envolvidas nas obras das novas estações da Linha 4, como as do consórcio Isolux Corsán-Corviam, também estão envolvidas no escândalo da operação Lava Jato.

A relação das empreiteiras com a própria Companhia do Metropolitano, o Metrô, também sofre investigação a partir de denúncia do Ministério Público de suspeita de superfaturamento nas obras de modernização e compras de trens. Isso envolve empresários, dirigentes de estatais, e também políticos que participaram dos sucessivos governos do PSDB. Além disso, 56% dos recursos de campanha do governador Geraldo Alckmin vieram das empresas envolvidas no esquema de cartel do Metrô e algumas delas também são investigadas pela Lava Jato.

Disso concluímos que os objetivos da privatização são piorar o já insuficiente transporte público para a população e entregar o patrimônio do povo para empresários e políticos corruptos. Não vamos deixar isso acontecer. As entidades, reunidas no Sindicato dos Metroviários em 11 de agosto, se mobilizam para fazer uma grande campanha contra a privatização do metrô, buscando envolver a população da cidade que o utiliza, para que façamos uma união entre os trabalhadores metroviários e toda a população em defesa de um metrô estatal, público, gratuito e de qualidade.

A privatização da Linha 5 não vai passar!

No dia 1º de setembro, a partir das 17h, realizaremos uma grande manifestação na estação Capão Redondo, com a participação de metroviários e metroviárias, além de diversas entidades e movimentos solidários e comprometidos com esta luta.

Comitê de Luta contra a privatização do Metrô:

Sindicato dos Metroviários de São Paulo

Sindicato Central do Brasil

Sindicato dos Motoristas de São Paulo

FENAMETRO

Sindmetrô RS

Sindmetrô MG

Sindmetro PE

SINTUSP

Subsede Apeoesp São Miguel

Subsede Apeoesp Santo Amaro

Oposição Alternativa: Sinpeem e Sinteps

SINTAEMA

Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região

Sindicato do Petroleiros do Litoral Paulista

SindSaúde SP

Sindicato dos Radialistas de São Paulo

Sintajud

Sindsef

SINSPREV

Sindicato dos Químicos de São José dos Campos

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logistica

CSP Conlutas

CUT

CTB

Central Sindical UST

Unidos pra Lutar

Intersindical – Central da Classe Trabalhadora

MTST

Periferia Ativa

Luta Popular

Fórum das Pastorais Sociais

Movimento Passe Livre – MPL

Movimento Nós da Sul

Ocupação Jardim da União

Ocupação Terra Prometida

Ocupação Plínio Resiste

Ocupação Nova Palestina

Associações Defesa da Moradia Cocaia

Luta do Transporte no Extremo Sul

CEDECA

Café Filosófico da Periferia

União Municipal dos Estudantes Secundaristas – UMES

Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre ANEL

Juventude Unidos pra Lutar

RUA- Juventude Anticapitalista

Juntos

Rede Emancipa

Grêmio Lineu Prestes

Grêmio Leopoldo

Coletivo Estudantil Grito do Povão- UniÍtalo

CAS Unisa

Movimento Mulheres em Luta

Grupo Pão e Rosas

Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe

Setorial LGBTT CSP Conlutas

Alternativa Metroviária – CSP Conlutas

Coletivo Ação Metroviária

Atitude Metroviária – CUT

Metroviários pela Base

Movimento Luta de Classes

PSTU

PSOL

PT

MRT

Unidade Popular pelo Socialismo – UP

Consulta Popular

Refundação Comunista

Sindicatos dos Oficiais Marceneiros de SP

Sindmetrô DF

Sindimetrô PI

Simerj

Intersindical

Luta Socialista

Unidade e Luta

Unidade Classista

PCB

PC do B

Sindimetrô RN

Sindimetrô CE

Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo

Oposição Muda Sinteps

Fórum de Luta pela Água

CGTB

Auditoria Cidadã da Dívida

DCE USP

CALL (ECA-USP)

CA de Pedagogia Unifesp

Centro Acadêmico Iara Iavelberg – USP

Frente de Esquerda PUC-SP

Coletivo Construção

Mutirão

UJC

Juventude Vamos à Luta

Combate Classista e pela Base

Coletivo Baobá

Frente de Cursinhos Populares de SP

Grêmio Lineu Prestes

Grêmio Leopoldo

Coletivo Estudantil Grito do Povão – UniÍtalo

PPL

JPL

POR

Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Jacareí

Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória

Aliança Anarquista

Deputado Estadual Raul Marcelo (PSOL)