Manifesto: Mais Metrô público, estatal e de qualidade
Não à privatização do Metrô!
Tirem as mãos da Linha 5!
No dia 21 de julho o governador Geraldo Alckmin anunciou a intenção de privatizar a Linha 5 – Lilás do metrô de São Paulo. Seu projeto é conceder o trecho que já está em operação, que liga as estações Adolfo Pinheiro à Capão Redondo, e também as estações que estão em obras (extensão da linha 5 até Chácara Klabin) e as estações que ainda são projeto, ligando a mesma linha até o Jardim Ângela.
O projeto de Alckmin, que visa transformar o transporte público em uma responsabilidade exclusiva da iniciativa privada, não é novidade. A lenta expansão que realiza do sistema metroviário se desenvolve sob essa lógica: a Linha 4-Amarela nasceu com operação privada, através de uma parceria público-privada e a futura Linha 6, que liga estação São Joaquim até a Brasilândia, também é feita sob esse regime.
A privatização do metrô significa diminuição da qualidade do serviço, mais superlotação, tarifas mais altas, mais acidentes, precarização e redução dos postos de trabalho. Com isso, perdem os mais de 5 milhões de usuários que utilizam o metrô e os trabalhadores desta empresa estatal. Em contrapartida, ganham os empresários que não têm nenhum comprometimento com a oferta de um transporte público de qualidade e à altura da demanda que a população de São Paulo necessita.
De 10 anos para cá, desde a inauguração da Linha 4 – Amarela, é possível observar a diferença no serviço. Menos trens são oferecidos, mais insegurança no sistema, uma vez que há menos funcionários e os trens circulam sem operador, as condições de trabalho dos funcionários da Via Quatro são péssimas, com baixos salários e poucos direitos. A experiência de privatização do metrô do Rio de Janeiro também revela os males da privatização: a qualidade piorou muito, os postos de trabalho foram reduzidos, é a tarifa mais alta do país e o restrito objetivo de lucrar com a oferta do transporte para a população proporciona situações como o recente e absurdo caso do trem que passou por cima de um trabalhador que caiu na via.
O aumento abusivo das tarifas está relacionado com a privatização e a falta de investimento no transporte público. O transporte rodoviário foi tomado pelas empresas de ônibus e a privatização da antiga CMTC proporcionou aumentos que ultrapassaram as taxas de inflação. Se os sucessivos aumentos fossem correspondentes à inflação, as tarifas hoje não chegariam nem a 2 reais. Nas empresas estatais, como o metrô, o aumento da tarifa é justificado pela falta de investimento de dinheiro público. Em lugar de ampliar o investimento o governador quer privatizar também o metrô.
Somado a tudo isso, atentamos para o fato de que quase todos os processos de concessão estiveram relacionados com algum grande esquema de corrupção. A Linha 6 foi concedida para a Odebrecht, cujo presidente encontra-se na cadeia por conclusões iniciais da investigação da operação Lava Jato. O mesmo senhor envolveu-se no cartel de cimento das obras da Linha 5, que ficaram mais de 1.000 dias paradas. As empreiteiras envolvidas nas obras das novas estações da Linha 4, como as do consórcio Isolux Corsán-Corviam, também estão envolvidas no escândalo da operação Lava Jato.
A relação das empreiteiras com a própria Companhia do Metropolitano, o Metrô, também sofre investigação a partir de denúncia do Ministério Público de suspeita de superfaturamento nas obras de modernização e compras de trens. Isso envolve empresários, dirigentes de estatais, e também políticos que participaram dos sucessivos governos do PSDB. Além disso, 56% dos recursos de campanha do governador Geraldo Alckmin vieram das empresas envolvidas no esquema de cartel do Metrô e algumas delas também são investigadas pela Lava Jato.
Disso concluímos que os objetivos da privatização são piorar o já insuficiente transporte público para a população e entregar o patrimônio do povo para empresários e políticos corruptos. Não vamos deixar isso acontecer. As entidades, reunidas no Sindicato dos Metroviários em 11 de agosto, se mobilizam para fazer uma grande campanha contra a privatização do metrô, buscando envolver a população da cidade que o utiliza, para que façamos uma união entre os trabalhadores metroviários e toda a população em defesa de um metrô estatal, público, gratuito e de qualidade.
A privatização da Linha 5 não vai passar!
No dia 1º de setembro, a partir das 17h, realizaremos uma grande manifestação na estação Capão Redondo, com a participação de metroviários e metroviárias, além de diversas entidades e movimentos solidários e comprometidos com esta luta.
Comitê de Luta contra a privatização do Metrô:
Sindicato dos Metroviários de São Paulo
Sindicato Central do Brasil
Sindicato dos Motoristas de São Paulo
FENAMETRO
Sindmetrô RS
Sindmetrô MG
Sindmetro PE
SINTUSP
Subsede Apeoesp São Miguel
Subsede Apeoesp Santo Amaro
Oposição Alternativa: Sinpeem e Sinteps
SINTAEMA
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região
Sindicato do Petroleiros do Litoral Paulista
SindSaúde SP
Sindicato dos Radialistas de São Paulo
Sintajud
Sindsef
SINSPREV
Sindicato dos Químicos de São José dos Campos
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logistica
CSP Conlutas
CUT
CTB
Central Sindical UST
Unidos pra Lutar
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
MTST
Periferia Ativa
Luta Popular
Fórum das Pastorais Sociais
Movimento Passe Livre – MPL
Movimento Nós da Sul
Ocupação Jardim da União
Ocupação Terra Prometida
Ocupação Plínio Resiste
Ocupação Nova Palestina
Associações Defesa da Moradia Cocaia
Luta do Transporte no Extremo Sul
CEDECA
Café Filosófico da Periferia
União Municipal dos Estudantes Secundaristas – UMES
Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre ANEL
Juventude Unidos pra Lutar
RUA- Juventude Anticapitalista
Juntos
Rede Emancipa
Grêmio Lineu Prestes
Grêmio Leopoldo
Coletivo Estudantil Grito do Povão- UniÍtalo
CAS Unisa
Movimento Mulheres em Luta
Grupo Pão e Rosas
Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe
Setorial LGBTT CSP Conlutas
Alternativa Metroviária – CSP Conlutas
Coletivo Ação Metroviária
Atitude Metroviária – CUT
Metroviários pela Base
Movimento Luta de Classes
PSTU
PSOL
PT
MRT
Unidade Popular pelo Socialismo – UP
Consulta Popular
Refundação Comunista
Sindicatos dos Oficiais Marceneiros de SP
Sindmetrô DF
Sindimetrô PI
Simerj
Intersindical
Luta Socialista
Unidade e Luta
Unidade Classista
PCB
PC do B
Sindimetrô RN
Sindimetrô CE
Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo
Oposição Muda Sinteps
Fórum de Luta pela Água
CGTB
Auditoria Cidadã da Dívida
DCE USP
CALL (ECA-USP)
CA de Pedagogia Unifesp
Centro Acadêmico Iara Iavelberg – USP
Frente de Esquerda PUC-SP
Coletivo Construção
Mutirão
UJC
Juventude Vamos à Luta
Combate Classista e pela Base
Coletivo Baobá
Frente de Cursinhos Populares de SP
Grêmio Lineu Prestes
Grêmio Leopoldo
Coletivo Estudantil Grito do Povão – UniÍtalo
PPL
JPL
POR
Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Jacareí
Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória
Aliança Anarquista
Deputado Estadual Raul Marcelo (PSOL)