Não à privatização da Linha 5 – Lilás
Por meio de declarações publicadas no dia 04/02, o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, deixou clara a pretensão do governador Geraldo Alckmin de ceder a Linha 5 – Lilás para a iniciativa privada, através da Parceria Público-Privada – PPP. Por isso, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo vem a público manifestar seu repúdio a mais essa tentativa irresponsável de lidar com o patrimônio público, e pela falta de comprometimento deste governo com os interesses dos cidadãos: transporte público decente, com tarifa reduzida.
A experiência de privatização aplicada na Linha 4 – Amarela, com a Parceria Público-Privada (PPP), é desastrosa. Contabiliza muitas vítimas, algumas fatais, comprovando o descaso da iniciativa privada, que busca o lucro em detrimento da qualidade e segurança do serviço.
A Linha 5 – Lilás opera desde 2002, atendendo 200 mil usuários por dia, em uma das regiões mais carentes e populosas de São Paulo. Em pesquisa, divulgada no dia 02/02 pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), a Linha 5 – Lilás recebeu índice de aprovação de 90% dos entrevistados, sendo a melhor avaliação entre todas as linhas do sistema metroferroviário da Grande São Paulo.
A própria Cia. do Metropolitano de SP – Metrô parabenizou o profissionalismo dos 650 funcionários da L5 pelo desempenho no último ano, confirmando a dedicação dos metroviários em atendimento aos usuários, e não pela lucratividade de grupos empresariais.
Enquanto isso, a Linha 4 – Amarela já teve seu prazo de inauguração adiado oito vezes e está prestes a completar um ano funcionando apenas em horário reduzido (fora do horário de pico).
A Linha 4 – Amarela conta com um trágico histórico de falhas e acidentes, como a cratera nas obras da futura estação Pinheiros, que, lamentavelmente, resultou na perda de sete vidas, e recentemente a morte de um engenheiro no exercício do trabalho.
Além disso, a verba para a conclusão da Linha 5 já está disponibilizada. O governo pretende redirecioná-la para a empresa que controla a Linha 4, ante sua incapacidade de cumprir o cronograma.
Dinheiro público é para ser usado em beneficio da população e não para socorrer empresas incompetentes.
Os metroviários de São Paulo não pouparão esforços para alertar o cidadão dependente do transporte público sobre a necessidade de mobilização para impedir mais esta violação ao seu direito de locomoção, que deve ser garantido e operado pelo Estado.
Reiteramos nosso absoluto desacordo com a implantação das Parcerias Público-Privadas (PPP). Defendermos a gestão integral do Estado para prover transporte digno à população.
*Nota do Sindicato dos Metroviários de São Paulo