Obra da Linha 4 do metrô do Rio tem superfaturamento
Um relatório do TCE-RJ apontou superfaturamento e sobrepreços, que geraram prejuízo de R$ 2,3 bilhões na obra da Linha 4 do RJ o que mostra bem o funcionamento da privatização. A concessionária é beneficiada com dinheiro público e ainda ficará com o dinheiro da arrecadação. Os usuários, que já pagam a passagem mais cara do País, pagam também o metrô mais caro do planeta.
Os técnicos do TCE (Tribunal de Contas do Estado) apuraram que as obras da Linha 4 apontaram “ilegalidades graves” nos gastos. A análise compreende despesas de R$ 8,4 bilhões, contratadas até dezembro de 2015. No entanto, o valor total da Linha 4 — uma das obras mais caras da Olimpíada e que contou com financiamento federal através do BNDES — ficou em R$ 9,7 bilhões.
A auditoria revelou que a participação do Estado na obra dobrou desde que o contrato original foi firmado, em 1998. Na época, o governo tinha obrigação de arcar com 45% dos gastos, contra 55% da concessionária. Doze anos depois, o governo passou a responder por 87% e a iniciativa privada por apenas 13%. Também foram encontradas irregularidades nos quatro termos aditivos feitos pelo Estado, que extrapolaram em 25% o valor do contrato original, o que é vedado pela Lei de Licitações.
O relatório cita o representante legal da concessionária responsável pelas obras, a Rio-Barra, como um dos que deverão dar explicações sobre as despesas. Também determina que sejam notificados o ex-governador Sérgio Cabral Filho e o governador licenciado, Luiz Fernando Pezão.
A “concessão”, um dos nomes dados à privatização, da Linha 4 do Rio foi feita em 1998. Envolvida em escândalos desde o início, só privilegia a Rio-Barra e os políticos do governo do Estado. À população resta pagar as obras da Linha e depois pagar a tarifa mais cara do País.