Os impactos da privatização sobre as mulheres e a população negra
O transporte público é o local em que as mulheres se sentem mais vulneráveis e correndo maior risco de assédio. Segundo a pesquisa “Viver em São Paulo”, realizada pela Rede Nossa São Paulo, em 2022, 52% das mulheres dizem se sentir inseguras no transporte público
A superlotação dos ônibus, metrôs e trens cria o ambiente favorável para o machismo e a violência. Em nosso dia a dia de trabalho, lidamos com inúmeras situações deste tipo.
O processo de privatização do transporte público piora a qualidade do serviço e contribui com a superlotação. Isso porque os processos de privatização condicionam a expansão do sistema à venda das empresas públicas, como ocorre no Metrô de BH (CBTU/MG). Além disso, antes de realizar a entrega direta de empresas públicas, os governos reduzem investimentos, prejudicando os trabalhadores e usuários do transporte público.
As mulheres e a população negra são as que mais usam ônibus, metrô e trem. E é essa parcela da população que sofre as consequências, por exemplo, da privatização desastrosa das Linhas 8 e 9.
Metroviárias e metroviários vivem as consequências do fim do subsídio estatal e do processo de privatização, com a falta de funcionários, ameaças sobre os direitos e perda de postos de trabalho. O impacto disso sobre as mulheres é brutal: somos diversas mães solo, que sustentam seus filhos, estamos na linha de frente nas estações enfrentando agressões e violência, muitas vezes trabalhando sozinhas e acumulamos a dupla ou tripla jornada de trabalho em casa.
Para enfrentar essas injustiças, temos reivindicações específicas para as metroviárias
- Não podemos ser penalizadas por gravidez: PR e Step devem ser pagos para mulheres que tiveram licença-maternidade.
- Fim dos contratos com as empresas terceirizadas que atrasam salários e direitos.
- Implementação do direito previsto na Lei Maria da Penha de licença remunerada para mulheres vítimas de violência doméstica
Confira mais reivindicações na Carta aprovada no último Encontro de Mulheres Metroviárias: ACESSE AQUI!