Plano de Emergência em Defesa da Vida: A VIDA ANTES DO LUCRO

Metroviários de São Paulo apresentam Plano de Emergência em Defesa da Vida. Transporte público apenas para trabalhadores essenciais no combate ao coronavírus, garantia da vida e para busca de serviço de saúde.

1) Diante da evolução catastrófica da disseminação do coronavírus no país, irresponsavelmente Bolsonaro diz: “a economia não pode parar”. E, assim, publica uma Medida Provisória que indica que se o povo pobre e trabalhador não morrer doente, vai morrer de fome. Um absurdo que repudiamos.

2) Em São Paulo, o governador João Doria anuncia uma quarentena parcial, que só paralisa parte do setor de serviços, preservando setores não essenciais da indústria e serviços, com vistas a preservar os lucros e não a vida das pessoas.

3) O grau e rapidez de contágio do novo vírus exige medidas de isolamento social. Portanto, a quarentena é de fato um recurso necessário para evitar um aumento ainda maior da contaminação, que acarretará um colapso na capacidade de atendimento de todo o sistema de saúde.

4) O governador Doria e o presidente Bolsonaro apresentam dois planos de restrição das atividades, mas preservam toda a atividade industrial, mercado de seguros e capitais e transporte de carga mesmo que não sejam essenciais à vida e causando, assim, mais mortes pelo vírus.

5) A região da Lombardia, na Itália, que foi o epicentro da disseminação da epidemia no país, não paralisou, por nenhum minuto, suas atividades industriais e assim também ocorreu por todo o país. E a Itália é um dos piores países no combate ao vírus com mais de 5 mil mortos até o momento.

6) O governador do estado de SP alega que as atividades da indústria não lidam com o público e, por esse critério, podem se manter ativas. Desconsidera, no entanto que, para as pessoas irem trabalhar, o transporte público continua cheio e que nas fábricas também têm riscos pela aglomeração. Diante da possibilidade de milhares de mortos, é muito pouco o custo de atrasar a entrega de um prédio ou de parar a produção de carros, apenas para dar dois exemplos.

7) O maior efeito dessa atitude irresponsável e criminosa é contribuir para a contaminação do povo trabalhador, lotar o transporte público é ampliar o ambiente de caos social, que tem maiores efeitos sobre a população mais pobre.

8) Acreditamos que os serviços de saúde, produção e transporte de alguns artigos (alimentos, remédios e demais produtos essenciais), produção de quaisquer equipamentos ao combate do coronavírus, do saneamento básico e segurança são serviços essenciais neste momento. Mas para que a manutenção desses serviços não sejam fatores que contribuam para a epidemia, é necessário encerrar todas as atividades não essenciais: bancos, serviços de telemarketing, produção e distribuição de mercadorias não essenciais, entre outros.

9) Como trabalhadores do transporte público, temos plena convicção do papel comunitário a cumprir e já estamos cumprindo nessa crise. Somos responsáveis pelo transporte de trabalhadores da saúde em geral (médicos/as, enfermeiros/as, técnicos/as de enfermagem), profissionais da limpeza, PMs, assim como pelo transporte de milhares de pessoas que precisam de atendimento médico mediante um cenário de pandemia. Neste sentido, para preservar mais vidas, é necessário restringir o transporte de pessoas para o mínimo possível.

10) No entanto, ao não se determinar a paralisação de todas as atividades não essenciais, a lotação do transporte público terá muito mais um efeito de propagação da doença, exposição dos trabalhadores deste serviço a um risco maior de contaminação.

11) Além disso, mesmo nos serviços essenciais, achamos fundamental a preservação dos trabalhadores que se enquadram nos grupos de risco. O Metrô e o governo do estado devem cumprir integralmente a liminar expedida em 20/3.

12) Concomitante à exigência enfática de que os governos determinem a paralisação da produção e todos os serviços não essenciais, apresentaremos uma proposta de Plano de Emergência do Metrô de São Paulo. Este plano está adequado à ideia de que só podem circular pessoas em condições de emergência e também à realidade de forte queda do quadro de funcionários, uma vez que todos os que compõem o grupo de risco devem ser afastados do trabalho.

13) As duas premissas deste plano são: primeiro que seja garantida a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos, com a disponibilização de todos os equipamentos de proteção individual e coletivos necessários e com a garantia de um rodízio para minorar a exposição e, em segundo lugar, que deve haver um controle de quem utiliza o metrô. Só deverão ser permitidas viagens justificadas pelo enfrentamento à pandemia ou pelo tratamento de problemas de saúde. Aos demais trabalhadores deve ser determinada a estabilidade de emprego, garantindo remuneração, inclusive para desempregados, subempregados e pequenos comerciantes.

14) A aplicação deste Plano de Emergência em Defesa da Vida possibilita também uma real e necessária higienização dos trens, estações, corrimãos e todos os equipamentos que podem transmitir o vírus, de maneira constante.

15) Além desse plano, é necessária a aplicação do teste para todos com suspeita do coronavírus, como medida profilática.

16) Defendemos que a Linha 15-Prata do Monotrilho deve continuar fechada.

Exigimos a imediata implantação de desse Plano pela Vida! Se o governador se recusar a implantá-lo até quarta-feira (25/3) discutiremos com a categoria e poderemos essa semana fazer uma paralisação pela vida!

São Paulo, 23 de março de 2020.
Sindicato dos Metroviários de São Paulo

Valorizamos sua privacidade

×

Para melhorar sua experiência em nosso website, utilizamos cookies. Eles nos ajudam a personalizar conteúdo e anúncios, além de analisar nosso tráfego. Ao navegar em nosso site, você tem a opção de personalizar suas preferências de cookies, podendo aceitá-los, recusá-los ou ajustá-los conforme seu consentimento. É importante destacar que os cookies estritamente necessários são sempre ativos para garantir o funcionamento básico e correto do site, amparados pela hipótese legal de legítimo interesse pela LGPD. Para mais informações, acesse nosso AVISO DE PRIVACIDADE e nossa POLÍTICA DE COOKIES.

Personalizar preferências de consentimento

×

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.

Também usamos cookies de terceiros que nos ajudam a analisar como você usa esse site, armazenar suas preferências e fornecer conteúdo e anúncios que sejam relevantes para você. Esses cookies somente serão armazenados em seu navegador mediante seu prévio consentimento.

Você pode optar por ativar ou desativar alguns ou todos esses cookies, mas desativá-los pode afetar sua experiência de navegação.

Para mais informações, acesse nosso AVISO DE PRIVACIDADE e nossa POLÍTICA DE COOKIES.

Para mais informações sobre como os cookies de terceiros do Google operam e utilizam seus dados, consulte a: Política de Privacidade do Google