“Vamos precisar de todo mundo”
“Um mais um é sempre mais que dois”. Nos versos da música O Sal da Terra, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, uma singela reflexão sobre a primeira campanha salarial da nova gestão do Sindicato. Não é difícil identificar os problemas da categoria. Basta olhar para o lado para ver que tem alguém que tem os mesmos problemas que você.
Muitos devem se perguntar: será que esta campanha vai ser diferente? Isso só o tempo vai dizer. Um bom começo é saber que “vamos precisar de todo mundo, pra banir do mundo a opressão”. Que todos nós, da operação, da manutenção ou da administração podemos estar de um só lado: o nosso lado, o lado dos metroviários.
Quando ingressamos na empresa, um operador de trem ganhava cerca de 10 salários mínimos. O tempo passou. O salário encolheu. O numero de usuários aumentou. Trabalhamos mais, ganhamos menos. Com tantos usuários e frotas na operação comercial, o sistema só funciona porque os metroviários são profissionais altamente qualificados.
Mas nosso empenho não é reconhecido. “Tão te maltratando por dinheiro”. “Falo desse chão, da nossa casa, vem que tá na hora de arrumar”. Anos de gestão tucana à frente do governo do Estado de São Paulo e do Metrô desestruturou a empresa. Não existe qualquer planejamento de longo prazo, a não ser a política privatizante que se manifesta nas suas diferentes formas (Parceria Publico-Privada, terceirização, precarização das condições de trabalho, etc).
Motivados por um sentimento de justiça, a categoria nunca deixou de lutar. Se temos itens acima da CLT no acordo coletivo, foi porque batalhamos. Para muitos, isso seria o suficiente.
Mas ainda bem que muitos de nós sempre queremos ir além. Sabemos que não é fácil “recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois”. Cada geração, ao seu tempo, tem seus desafios. O nosso, hoje, é simples: realizar uma boa campanha salarial, para recuperar a confiança na atividade sindical.
Para aqueles que acham que tudo na vida é individual e não encaram a batalha pela nossa dignidade, como um anseio coletivo, é importante dizer: “quero não ferir meus semelhantes. Nem por isso quero me ferir”. Não podemos deixar de defender o coletivo em detrimento de interesses particulares. Então, para finalizar, “Anda, quero te dizer nenhum segredo”. Vamos precisar de todo mundo!
Paulo Pasin é Secretário Geral do Sindicato