Saúde do trabalhador: Fundacentro apresenta “O Trabalho dos Metroviários de São Paulo”
Na manhã de segunda-feira (14/12), a Fundacentro – entidade ligada ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social – apresentou o relatório “O Trabalho dos Metroviários de São Paulo – 2015”. A pesquisa tem o objetivo de identificar situações de trabalho que preocupam os metroviários, propor análises específicas para aprofundamento das questões mais importantes, apontar dificuldades e limitações na aplicação de instrumentos legais voltados para a prevenção de acidentes e analisar e superar dificuldades no campo da segurança e saúde dos trabalhadores.
O estudo foi iniciado em 2012. As pesquisadoras Cristiane Queiroz, Daniela Tavares e Maria Maeno da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) analisaram as Comunicações de Acidentes do Trabalho (CATs) em posse do Sindicato de 2009, 2010 e 2011. Elas também realizaram entrevistas com metroviários e coleta e análise de vários documentos públicos de gestão do Metrô.
As considerações finais do documento mostram que os metroviários “percebem a resistência da empresa no reconhecimento formal das situações de trabalho capazes de causar danos à saúde e à integridade física de seus trabalhadores e são formalmente responsabilizados pelo seu não acompanhamento”. Mostram também que os metroviários “sentem o menosprezo da capacidade de avaliação e do saber de quem trabalha” e que “identifica-se nos debates e nas reivindicações dos adicionais de insalubridade e periculosidade uma fora de avançar na visibilidade do adoecimento e das possibilidades dos danos decorrentes da organização e da gestão do trabalho”.
O relatório mostra que os problemas enfrentados pelos Operadores de Trem ainda não foram solucionados pela empresa (dificuldades com os turnos alternados, isolamento físico, ruído, sonolêcia e lapsos de memória), que “são preocupantes as queixas de aumento de peso corpóreo e da tensão oriunda da difícil missão dos Agentes de Segurança e de Estação, que são agredidos de diversas formas”.
O documento aponta ainda que os registros de situações de trabalho violentas devem estar descritos em documentos legais e ser consideradas na adoção de medidas protetoras à saúde do trabalhador, incluindo a análise dos pesos dos EPIs que os metroviários são obrigados a usar.
Veja aqui um resumo da apresentação realizada.