Sindicato na Folha: “Idoso não vai disputar espaço numa lata de sardinha”

O diretor de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Ciro Moraes, também afirma desconhecer um motivo que pudesse ter levado a uma migração de idosos das estações.

“O idoso tem dificuldade de mobilidade", avalia o diretor do sindicato. "Não vai disputar um espaço apertado numa lata de sardinha.”
O diretor de operações do Metrô, Mário Fioratti, também afirma que, por enquanto, não acredita numa fuga de idosos. "Não vou afirmar isso se eu não tiver a certeza. Teríamos que fazer uma pesquisa", afirma.

Para ele, pode ter havido uma migração da entrada de idosos com bilhete para a apresentação da carteira de identidade nas catracas, já que esses registros, que incluem outros usuários, subiram mais que a média -61%, contra 47%.

Fioratti admite não ter ideia do que poderia motivar essa eventual mudança. "As regras são iguais. O bilhete sempre deu mais independência ao idoso", diz.

Mesmo se a hipótese de Fioratti estiver correta, ele reconhece a queda na proporção de passageiros idosos no metrô – com estabilidade do número geral, apesar do envelhecimento da população da cidade de São Paulo.

O motivo, afirma, é que dois terços dos passageiros utilizam as estações para ir ao trabalho -e, nos últimos anos, houve atratividade maior de "usuários ativos".

Preferencial
As queixas de idosos, gestantes e deficientes sobre os problemas causados pela superlotação no metrô motivou a criação, no final de 2007, de uma estratégia de embarque preferencial para eles nos horários de pico.

A estratégia funciona em cinco estações bastante movimentadas: Corinthians-Itaquera, Palmeiras-Barra Funda, Sé, Luz e Paraíso.
A medida, segundo Fioratti, melhorou as condições de entrada em paradas como Sé, Paraíso e Barra Funda.

Embora não haja um vagão exclusivo para os idosos, os funcionários direcionam esse público no horário de rush para um vagão com mais assentos preferenciais.

Em 2008, uma pesquisa realizada pelo metrô apontava que 47% dos beneficiados aprovavam a estratégia de embarque preferencial.

O diretor da estatal também diz que neste ano será ampliada a quantidade de elevadores nas estações, melhorando a circulação de idosos e deficientes no metrô.

Segundo a companhia, em 50 das 58 estações das quatro linhas já há acessibilidade por elevador ou rampa -as demais receberão elevadores ainda em 2011.

Com informações da Folha de S. Paulo