Sobre o ataque aos metroviários e terceirizados da Estação Consolação no dia 14/1 e o papel dos black blocs
O Sindicato dos Metroviários participou e participa das lutas contra o aumento das passagens por entender que o transporte é um direito, mas o maior beneficiário da locomoção das pessoas são os grandes empresários, portanto a conta tem que recair em cima deles.
Em 2013, na Campanha Salarial, a categoria usou colete contra o aumento da passagem promovido por Alckmin/PSDB e do Haddad/PT. Em 2016, mais uma vez achamos correta a participação do Sindicato nas manifestações contra o aumento da tarifa e a privatização do Metrô.
O Sindicato deve procurar se articular com os vários movimentos sindicais, populares, da juventude, pra fortalecer as lutas gerais de interesse de todos os trabalhadores e da população mais pobre. Por isso, ajudamos a greve dos terceirizados da Higilimp, a luta contra os ataques aos aposentados, contra as demissões, o assédio sexual. E lutamos contra a privatização do Metrô, em defesa da estatização do transporte sob controle dos trabalhadores e população mais pobre, por mais contratações via concurso público, mais investimentos no transporte público, pela valorização dos metroviários.
Neste sentido o Sindicato convocou uma reunião com entidades sindicais, populares e da juventude chamado BLOCO DE LUTAS com estas pautas e em defesa da democracia dos trabalhadores, que as decisões sejam coletivas, contra ações isoladas.
No dia 14/1, quinta-feira, tivemos um legítimo ato contra o aumento das passagens e contra a repressão com mais de 10 mil pessoas nas ruas.
Condenamos a repressão nos atos contra os manifestantes feitos pela PM e a tropa de choque, a mesma que atacou covardemente os metroviários na greve em 2014.
Mas, no final do ato do dia 14, quando muitos já tinham ido embora, houve uma aglomeração na estação Consolação e Alckmin não liberou a catraca como fez nos atos ligados à direita ou a Linha 4 no mesmo dia, colocando os Agentes de Segurança para ficar de frente com um grupo grande de pessoas, pondo todos em risco. Infelizmente um grupo utilizando a tática black block, com máscaras, invadiu a estação, inclusive as áreas internas, atacando os metroviários e terceirizados no seu local de descanso e refeição, destruíram armários e portas com artefatos explosivos.
Um ataque absurdo e irresponsável que, por pouco, não terminou em algo mais trágico que deve ser repudiado por todos lutadores.
Estes ataques jogam contra o movimento e ajudam a repressão contra todos, na prática ajudam o governo a deslegitimar os protestos. Além disso, devem ter muitos infiltrados, provocadores que querem jogar trabalhadores contra as manifestações e vice-versa.
Os metroviários e terceirizados têm nosso apoio contra os ataques de provocadores.
Precisamos debater com os movimentos sociais que esta tática é nefasta ao movimento, que ajuda a direita e a repressão. Que infelizmente jovens lutadores estão se perdendo com uma tática que é contra os movimentos organizados, contra os sindicatos, organizações políticas, as decisões coletivas. Uma tática radicalizada que se baseia no individualismo extremado, no desespero de setores médios ou marginalizados pela sociedade.
Não vamos nos intimidar!
Contra a privatização do metrô!
Contra a demissão dos cobradores!
Contra o aumento da tarifa rumo à Tarifa Zero!
Contra a repressão e os ataques dos governos Alckmin e Haddad!
21 de janeiro de 2015
Observação: Nota aprovada por maioria, nenhum voto contra, algumas abstenções.