Teses em Grupo 12
- Lutas da Categoria
Em um momento decisivo, escolher lutar foi a melhor opção
As Campanhas Salariais ocorridas durante a pandemia foram marcadas por forte ofensiva da direção do Metrô e do governo do estado sobre os direitos da categoria. Doria, Baldy e Silvani decidiram que se aproveitariam da pandemia para “passar a boiada” sobre os direitos dos trabalhadores. Uma decisão covarde e injusta sobre trabalhadores que realizam um serviço essencial e contribuíram no salvamento de vidas, junto com os profissionais da saúde.
Em 2020 realizamos uma greve poderosa em que rapidamente o governo do estado recuou. Em 2021, diante de nova ofensiva sobre nosso Acordo Coletivo e com acúmulo de perdas significativas – não reajuste de 2020, calotes da PR e dos Steps –, a categoria decidiu corretamente enfrentar a tentativa covarde de se aproveitarem da pandemia para destruir direitos.
No ano de 2021 entendemos que a categoria tomou todas as decisões corretas. Realizamos uma das greves mais fortes de nossa história, soubemos dialogar com a população e tivemos capacidade de negociação quando aceitamos a proposta do TRT-SP. Foi correto apostar em todas as iniciativas de mobilização, como os Cafés com Vizinho, atos nas estações, dias de luto e luta, a utilização dos coletes e a greve do dia 19/5.
Ao longo de toda a Campanha, a empresa fez um verdadeiro terrorismo sobre a categoria, dizendo que se não aceitássemos a proposta da empresa – que atacava direitos como o adicional noturno e um reajuste rebaixado – poderíamos perder todo nosso Acordo Coletivo. Como parte deste terrorismo, a empresa chegou a cortar adicionais como o auxílio-creche e o adicional motorista.
No dia 1º/6, um dia antes do julgamento da greve e do dissídio, tentamos nova negociação com a empresa. A proposta de ataques e o terrorismo continuaram. A única mudança na proposta da empresa foi apresentar o valor da PR. Em assembleia do dia 2/6, a diretoria do Sindicato apresentou-se dividida. Dos três coordenadores gerais, dois deles defenderam não aceitar a proposta, pois isso significava se render para o terrorismo e os ataques do Metrô. Entendemos que a categoria decidiu pela melhor opção, a de não se render.
Diante de um cenário de tantos ataques, que combinou a ofensiva sobre nosso Acordo e sobre a sede do Sindicato, a escolha pela resistência foi fundamental. A prova disso foi que a vitória jurídica que tivemos no TRT-SP se mantém. O terrorismo feito pelo Metrô e por parte da diretoria do Sindicato não se comprovou na realidade. Defender uma proposta que se mostrou equivocada não significa que não possa rever sua posição, afinal a prática é o critério da verdade. O maior problema é não reconhecer o erro, pois dificulta a unidade da categoria nos enfrentamentos com os ataques da empresa.
O principal aprendizado que precisamos ter disso é que a opção pela luta, por um sindicato que aposte na mobilização, não nos dá certeza da vitória, mas a escolha do caminho inverso, da rendição, é certeza de derrota.
Assinam esta tese:
Alternativa Sindical de Base
Coletivo Chega de Sufoco
Altino Prazeres – OT L1, coordenador geral do Sindicato
Camila Lisboa – OTM I L3, coordenadora geral do Sindicato
Edgar Balestro – OT L1, diretor do Sindicato
Alessandro Rinaldi – OTM I L2